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Outra Amazônia 3: Uma nova Amazônia

Nós, que temos heranças à esquerda a honrar e caminhos à esquerda a abrir, precisamos construir, coletivamente, um projeto mais concreto para a Amazônia. Necessário, em primeiro lugar, superar a percepção geopolítica herdada, excessivamente centrada numa perspectiva ditada pelos interesses imediatos do centro-sul brasileiro, e, assim, superar a percepção escalonada das linhas que dividem estados, das classificações que dividem pessoas e dos pólos de poder que distanciam as experiências sociais. Necessário, em primeiro lugar, portanto, superar a geografia.
Em segundo lugar, é necessário reorganizar as perspectivas históricas e observar o trajeto percorrido com suas próprias dimensões. Necessário interpretá-lo a partir da própria vivência e, talvez, reescrever textos herdados da história de outrem, substituindo-os por alguma compreensão própria, vazia de ufanismo, reconhecedoras de nossas derrotas históricas mas, acima de tudo, que compreenda a história como um processo.
Necessário, pois, desconstruir a história.
São essas as condições mínimas para começarmos construir um projeto. Depois delas, podemos desconstruir a lingüistica, a monoglossia quem sabe, e com ela um imaginário que nos distancia, de fato, da realidade amazônica.
A Amazônia tem um excesso de geografia para um pouco torrão de história. Necessário procurar um equilíbrio.

Comentários

Anonymous disse…
Que bom!
Vamos acompanhar atentamente.
Um abraço grande,
Laura.
Anonymous disse…
Cacete! Essa tua frase no final do post é profética, heim?

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