Pular para o conteúdo principal

Cinema em Santarém 1

Por falta de tempo, não deu para comentar antes, mas acompanhei, pelo Blog do Jeso, a discussão sobre não haver cinemas em Santarém. Primeiro, o artigo de Evaldo Viana, que pode ser lido aqui. Depois os comentários ao artigo e a réplica do autor. Nessa réplica, Evaldo indagou se “é defensável ou não a manutenção pela prefeitura de um estabelecimento desta natureza”.
Permitam que eu entre na discussão, a partir dessa questão do Evaldo. Gostaria de dizer que penso que sim, é “defensável” o investimento público na manutenção de um cinema. O que deve determinar isso não é o fato de ser “defensável”, como diz Evaldo, mas sim o fato de ter ou não recursos para investir num projeto desses. E aí entramos na questão das prioridades da política cultural. Porque recursos há.
Por que manter um cinema em Santarém seria “defensável”? Porque a exibição de filmes é uma política cultural e, como tal, uma política social. Não é um luxo, como alguns podem pensar, mas algo que promove educação, bem estar, lazer e coesão social. Um investimento que traz grande retorno. E olhe que não estou me referindo, exclusivamente, a uma política de exibição de filmes “de arte”. Penso que o ideal seria ter uma linha de exibição que alternasse filmes comerciais, documentários, filmes “de arte”, brasileiros e infantis.
Se fosse possível que a prefeitura de Santarém investisse na manutenção de uma estrutura de projeção regular, preferencialmente em sala refrigerada, mas eventualmente ou paralelamente também ao ar livre, o município sairia da marca de estar entre os mais de 5.400 municípios brasileiro que não têm cinemas – número que representa 92% dos municípios do país. É um número muito duro. Que piora quando vemos que apenas 13% da população brasileira vão ao cinema com certa freqüência (ao menos uma vez ao mês).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

Leilão de Belo Monte adiado

No Valor Econômico de hoje, Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, informa que o leilão das obras de Belo Monte, inicialmente previsto para 21 de dezembro, será adiado para o começo de 2010. A razão seria a demora na licença prévia, conferida pelo Ibama. Belo monte vai gerar 11,2 mil megawatts (MW) e começa a funcionar, parcialmente, em 2014.

Ariano Suassuna e os computadores

“ Dizem que eu não gosto de computadores. Eu digo que eles é que não gostam de mim. Querem ver? Fui escrever meu nome completo: Ariano Vilar Suassuna. O computador tem uma espécie de sistema que rejeita as palavras quando acha que elas estão erradas e sugere o que, no entender dele, computador, seria o certo   Pois bem, quando escrevi Ariano, ele aceitou normalmente. Quando eu escrevi Vilar, ele rejeitou e sugeriu que fosse substituída por Vilão. E quando eu escrevi Suassuna, não sei se pela quantidade de “s”, o computador rejeitou e substituiu por “Assassino”. Então, vejam, não sou eu que não gosto de computadores, eles é que não gostam de mim. ”