O jornal Le Monde foi colocado a venda hoje. O anúncio foi feito num editorial de capa pelo diretor-executivo da publicação, Eric Fottorino. O preço está entre € 80 bilhões e € 100 bilhões. Porém, os compradores serão obrigados a assinar um termo de compromisso, garantindo a total independência editorial do periódico e a manutenção da sua posição de centro-esquerda no espectro político do país.
Junto com o jornal também estarão levando o portal lemonde.fr, o jornal Le Monde Diplomatique, as revistas Courrier International, Télérama e La Vie , a gráfica da companhia e vários imóveis.
O Le Monde foi fundado pelo legendário jornalista Hubert Beuve-Méry, em 1944, e é controlado por seus funcionários desde 1951. Na última década, vinha enfrentando a crise que está levando à falência os grandes jornais do planeta. A mesma crise que muitos ainda ignoram mas que, inevitavelmente, também chegará por aqui. No ano passado o Le Monde demitiu 130 funcionários, dos quais 70 jornalistas e vendeu títulos históricos, dentre os quais a revista Cahiers du Cinema.
Ainda é o jornal mais lido da França, com 320 mil exemplares por dia - 40 mil dos quais circulando no exterior. Um de seus grande quotistas, com 17% das ações da empresa, é o grupo Lagardère, um dos maiores conglomerados da França. Outro dos interessados com maior cacife é o investidor Pierre Bergé, ex-companheiro do estilista Yves Saint-Laurent e que já é acionista do jornal Libération. Outro interessado é o grupo de imprensa francês Nouvel Observateur, editor da mais importante revista semanal do país, de mesmo nome. O grupo El País, que já tem 2% das ações do Le Monde, é também candidato à compra. A decisão final será tomada pelos funcionários, atuais majoritários da empresa.
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