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8 observações sobre o debate presidencial na Band

  1. Valeu o prognóstico feito pelo presidente Lula de que a oposição perderia seu último trunfo ao apostar num desempenho ruim da candidata petista Dilma Rousseff. Ao contrário, Dilma, apesar do nervosismo, manteve a objetividade.
  2. Portanto, Serra não chegou nem perto de “estralhaçar” Dilma, com sua experiência, no debate.
  3. Os tucanos nutrem o mito de que Serra vencerá os debates por causa do fator “experiência”. Mas, o que é experiência, afinal? O que se viu foi que Serra não ficou nervoso e não gaguejou, como aconteceu com Dilma, mas, por outro lado, se perdeu nas respostas, não teve coragem de repetir os ataques que vem fazendo a Dilma e a Lula quando não está na presença deles, fugiu de polêmicas e, de um modo geral, mostrou menos “conteúdo” do que seus aliados esperavam.
  4. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Marina Silva (PV) poderiam ter feito uma dobradinha para crescerem juntos, mas se acomodaram no que parece ser o seu papel nestas eleições: o de coadjuvantes numa disputa plebiscitária entre o campo progressista representado por Dilma e pelo atual governo e o campo da direita, representado por Serra e pela aliança DEM-PSDB.
  5. Plínio fez a figura do candidato doido e jogou meio tudo-ou-nada. Seu maior êxito eleitoral, talvez, seja ter alcançado o Trending Topics do Twitter. Chamar Marina de “ecocapitalista” e Serra de “hipocondríaco” foi até engraçado, mas... e daí?
  6. Marina Silva foi que melhor se colocou, mas todos esperavam mais dela. Foi conciliadora demais e, talvez, um pouco acanhada.
  7. Os grandes temas das eleições ficaram de fora. Não se falou em projeto de desenvolvimento, em taxa de juros, em PAC, em política social, em reforma previdenciária ou em reforma política.
  8. Serra insistiu demais em trazer o debate para o campo da saúde. Demais. Acabou dando oportunidade para Dilma apresentar muito da proposta do PT de fortalecer o SUS e perdeu muito tempo insistindo na questão dos mutirões de saúde. Então, em algum momento, todo mundo se perguntou: Ora, afinal, não é essencial ter um SUS operante e forte?

O debate da Band é o primeiro de uma série de quatro debates que devem ocorrer na TV aberta. Os outros três devem ser os da RedeTV (12 de setembro), Record (28 de agosto) e Globo (30 de agosto).

Comentários

Anonymous disse…
Plínio venceu o debate e vai vencer as eleições!
Anonymous disse…
É tomara que Plínio vença. Mas a estratégia do PSOL vai ter que ser mais inteligente. Para crescer, neste momento, é melhor fazer dobradinha com a Marina, como colocou Fábio. Assim eles poderão aparecer mais com suas propostas. Não adianta bater no Serra, ele só tende a cair; não adianta perder munição nele a troco de quase nada. Bater na Dilma não é hora, a hora de Plínio e Marina é se colocar, ganhar espaço, mostrar que uma outra alternativa é possível, para poderem, ou um ou outro, realmente estar no páreo no segundo turno. E é inevitável que seja com a Dilma. Aí sim, teremos debates, propostas mais inteligentes, e uma perspectiva de esquerda mais provável para o Brasil. O PT ainda está muito café com leite.
Luiza.

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