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Comunicação e política 1

Acompanhamos ontem, no Repórter Diário, a principal coluna política do Diário do Pará, como a luta pelos milhões da comunicação governamental, num possível segundo mandato de Ana Júlia, vai tomando conta dos bastidores da campanha do PT. De um lado, a empresa baiana Link, que pretende se instalar em Belém e se tornar a principal agência do governo num segundo mandato. De outro, o marqueteiro da governadora Ana Júlia, Paulo Heineck, que a Link denuncia pelo ônus de quatro anos de marketing governamental falho.
Outros elementos da disputa são: 1. o descontentamento das agências paraenses, que se vêem preteridas pelos “estrangeiros” gaúchos e baianos; 2. o descontentamento do PT, que percebe suas estratégias de comunicação política, consagradas no restante do Brasil, serem subjugadas pelos marqueteiros de plantão na campanha; 3. o descontentamento dos comunicadores paraenses, que estão ganhando menos que os comunicadores baianos para fazerem o mesmo trabalho ou ainda mais; 4. e, por último, mas não menos importante, o descontentamento das pessoas comprometidas com a comunicação política, mais do que com o marketing eleitoral de pretexto, ligadas ou não ao governo ou ao PT, que consideram que as análises produzidas pela empresa Link são um artefato para vender facilidades.
Isso tudo é lamentável. A hora seria de unir esforços para uma luta política difícil, e não de ficar antecipando disputas pessoais e motivadas por interesses financeiros privados ou empresariais.
Por um lado, é preciso deixar de ver a comunicação governamental como uma oferta de butin, uma liguinha vermelha na coxa da prostituta, colocada ali para estimular uma libido, digamos, mais venal.
Por outro lado, penso que todos deveriam deixar suas disputas de lado e trabalharem juntos, de verdade, para eleger Ana Júlia, Paulo Rocha e uma bancada paraense expressiva.

Comentários

Anônimo disse…
Professor,a governadora tem dito que gastou pouco em comunicação. O momento na minha opinião é de pragmatismo. O que está feito, está feito. Se o nosso maior problema foi mesmo não ter dito o que o governo fez, temos aí agora o horário eleitoral para comparar os efeitos das obras de três anos e oito meses de Ana Júlia, seu legado e em que elas diferem do que foi feito pelo PSDB em 12 anos de governo. Até porque, antes de disputar os supostos 70 milhões da publicidade oficial, é preciso primeiro ganhar a eleição. O Diário, é lógico, tem todo o interesse em antecipar este debate da forma como ele foi colocado, porque é parte do esforço para desacreditar e fragilizar o governo de Ana Júlia. Temos aqui aquela velha plataforma da UDN de Carlos Lacerda: Ana Júlia não se candidata, se se candidatar não ganha a eleição, se ganhar não toma posse, se tomar posse não governa, se governar não termina o mandato. Vamos ver o que nos diz a realidade das ruas e das urnas. Um abraço militante do front da campanha.

Edir Gaya

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