Há três comportamentos padrão na decisão do voto, todos eles legítimos mas, também, largamente diferentes entre si.
O padrão mais comum é votar na pessoa do candidato, no que ele transmite para o eleitor enquanto tradução de num benefício pessoal, seja ele mais objetivo, ou mais sensitivo. É o padrão de voto menos politizado e menos reflexivo, mas corresponde à grande maioria do eleitorado.
O segundo padrão corresponde ao do voto na proposta. Em geral é um padrão que também considera o candidato, mas não deixa de prestar atenção nos seus compromissos, em geral os mais translúcidos, os mais claros – ou seja, aqueles que têm uma aparência de “marca”.
O terceiro padrão de voto é o mais politizado dos três, se assim podemos dizer. Atêm-se mais ao partido ou à plataforma. A figura do candidato tende a ocupar um plano secundário, porque o eleitor que segue esse padrão tem consciência de que o exercício do poder é uma circunstância complexa que, embora não independente da pessoa do governante, precisa levar em conta a conjuntura. Dizendo de outra forma: por mais que o candidato tenha boa disposição e boas propostas, há a questão sistêmica, com sua colocação conjuntural, que faz com que transformações efetivas só possam se dar no longo prazo.
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