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O futuro do PSDB 2: Um processo contínuo de “arenização”

O PSDB surgiu do PMDB, acusando o partido-mãe de ter-se corrompido politicamente. A pedra de referência era o governo Quércia, em São Paulo, extremamente corrupto e descomprometido. A partir dessa percepção, pretendeu estabelecer um rumo de “emedebização” partidária, apesar do rótulo escolhido – social-democracia – ser uma coisa bem diferente disso e, na verdade, ser algo estranho à maioria dos fundadores do novo partido.
Porém, ao contrário do movimento de “emedebização”, viu-se um verdadeiro processo de “arenização” do partido. A coligação com o PFL (DEM) deu o tom prevalente nos anos seguintes e marcou o governo FHC.
Coisas como “social democracia” e “neoliberalismo” foram apenas um vocabulário útil para dissimular esse processo de arenização.
Como a verdade tem que ser dita, devemos perceber que, na prática, o governo FHC, bem como os governos estaduais do PSDB, não operaram um processo neoliberal de verdade, mas sim uma coisa próxima a isso, a patrimonialização.
Eles não diminuíram o Estado, tal como pregado pelos verdadeiros neoliberais, apenas repassaram o controle de empresas e serviços públicos para setores sociais próximos, situados no campo da iniciativa privada e, não raramente, familiares, associados e financiadores políticos.
Não foi, portanto, uma operação de diminuição do Estado, mas de loteamento do Estado.
O uso do termo social democracia pelo PSDB também foi, sempre, impróprio. A começar pelo fato de que o partido nunca teve ligação com as organizações partidárias e políticas realmente social-democratas.
Ademais, a política social-democrata construída pelos governos europeus – eles sim o grande exemplo do que vem a ser a social-democracia – são praticamente o oposto das práticas políticas do PSDB.

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