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Pouca ciência e poucos doutores na Amazônia

Acre, Amapá, Tocantins e Roraima, todos na região Norte, são os estados do país que nunca formaram doutores. Em Rondônia, o primeiro doutorado foi concluído há apenas dois anos, com a apresentação de uma pesquisa reconhecida internacionalmente sobre o controle epidêmico da malária na região amazônica. A primeira pesquisa de mestrado no Acre começou em 2006.
Terrível, não?
Pois é a situação da região Norte em termos de formação de pesquisadores.
Pará e Amazonas são a exceção.
Os esforços são recentes, mas merecem destaque: O número de mestres formados na região Norte de 1999 a 2009 passou de 185 para 1.392 por ano. A de doutores subiu de 31 para 145 no mesmo período. Em 1999 o Norte formava 1,1% dos pós-graduados do país. Passou, em 2009, para 3%.
A boa notícia é que o governo federal pensa em algumas estratégias para minorar essa situação, dentre elas o chamado Bolsa para Todos, que prevê que 100% dos doutorandos das regiões Norte e Centro-Oeste e grande parte dos mestrandos recebam bolsa de estudos.
Se me permitem uma sugestão, acho necessário maior número de bolsas de iniciação científica e mais verbas para cooperação interinstitucional para as universidades da região. Há algumas instituições que também poderiam receber uma atenção especial para potencializar sua capacidade de formação e de pesquisa. Penso, sobretudo, no Museu Paraense Emílio Goeldi. Mantido pelo CNPq, o MPEG tem know-how e tradição para se espalhar melhor pelo interior do Pará e por outros estados, mas para isso demandaria um plano de investimentos de longo prazo.

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