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Como ficou o Senado

A bancada de senadores do PT dobrou de 8 para 16 e pode ficar em 17, a depender do julgamento de Ivo Cassol (PPS), enquadrado no Ficha Limpa e que poderá ceder seu lugar a Fátima Cleide. Com isso, saltou da quarta para a segunda posição na casa.
Dois atuais senadores petistas, foram reeleitos Paulo Paim (RS) e Delcídio Amaral (MS). Conquistaram a vaga pela primeira vez Marta Suplicy (SP), Lindeberg Farias (RJ), Gleisi Hofman (PR), Valter Pinheiro (BA), José Pimentel (CE), Humberto Costa (PE), Wellington Dias (PI), Ângela Portela (RR) e Jorge Viana (AC).
Além dos eleitos, o PT ganhou duas vagas de suplentes: Aníbal Dias, que substitui Tião Viana (PT), eleito governador do Acre, e Ana Rita Esgário, que é suplente de Renato Casagrande (PSB), eleito governador do Espírito Santo.
Sabor especial teve a vitória de José Pimentel no Ceará, pois foram os votos dados a ele, junto com aqueles dados ao pemedebista Eunício Oliveira, que tiraram a vaga do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Aliás, é difícil dizer se a maior vitória do PT está na eleição dos novos ou na derrota dos grandes adversários, pois tal como Jereissati, ficaram de fora Arthur Virgilio (PSDB-AM), Marco Maciel (DEM-PE), Efraim Morais (DEM-PB), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Mão Santa (PSC-PI). Todos eles grande desafetos do governo Lula. Na verdade, do bloco dos principais opositores de Lula, apenas José Agripino Maia (RN) foi reeleito.
O Senado foi a maior dificuldade política enfrentada por Lula. Alí, foi difícil aprovar até mesmo leis ordinárias. Para aprovar emendas constitucionais, então, que exigem 49 votos, o custo político foi gigantesco.
A maioria governista ficou folgada: Das 81 cadeiras, PMDB e o PT, parceiros do consórcio político que deverá governar o país, caso se confirme a probabilidade da eleição de Dilma, ocuparão 35. Acrescentando os senadores das legendas menores desse consórcio político (PP, PR, PSB, PDT, PRB e PCdoB) chega-se a 53 votos. Puxando também o PTB, atinge-se 58.
O caso do PTB é o seguinte: seu presidente, o cassado Roberto Jefferson, se aliou a é aliado dos tucanos e apóia a candidatura de José Serra. Porém, a bancada desse partido tem a prática de se alinhar aos governistas. É o caso de Fernando Collor, que não logrou ser eleito governador de Alagoas; de Gim Argello (DF), que tem mais quatro anos de mandato; do ex-governador do Piauí, João Claudino, que levou uma das duas vagas desse estado e que fez campanha para Dilma e, porfim, de Armando Pinheiro Neto, eleito por Pernambuco, e que também é governista.
Mesmo se botarmos de fora os três pmdebistas “do contra” - Jarbas Vasconcelos (PE), Pedro Simon (RS) e o recém eleito Luiz Henrique (SC)-, fica-se com 55 cadeiras.
Uma maioria confortável.
O PMDB continuará mandando no Senando (e fazendo o seu presidente). Tinha 18 senadores. Agora dispõe de 20.
A terceira bancada será tucana, com dez senadores. Mas eles poderão ser 9, se Marconi Perillo, que disputa o governo de Goiás, for eleito. A sensação foi a eleição, inesperada, de Aloysio Nunes Ferreira, que passou de terceiro para primeiro lugar em São Paulo.
O DEM foi a legenda que mais definhou. De seus 14 senadores, restaram 6. Passou à quarta bancada. Porém, é justo observar que parte desse infortúnio se deve à eleição de dois governadores para o partido: Raimundo Colombo em Santa Catarina e Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte. Ambos dispunham de mais quatro anos de mandato no Senado. A cadeira de Colombo será herdara por Casildo Maldaner (PMDB) e a de Rosalba por Garibaldi Alves (PMDB), cidadão que vem a ser o pai de Garibaldi Alves Filho (PMDB), reeleito pelo mesmo estado, juntamente com Agripino Maia.
PSOL, PMN e PPS são os pequenos partidos de oposição com representação no Senado.

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