A não eleição de Carlos Martins para a Câmara Federal é, também, um fato lamentável. É o oeste do Pará que fica sem voz, e isso precisará ser compensado, politicamente, sob pena de desequilíbrio na política estadual.
Do ponto de vista do pensamento à esquerda, o oeste do estado é uma região essencial, particularmente militante e, considerando, sobretudo, Santarém e Óbidos, uma das mais politizadas do estado. Talvez tenha se tratado de um não-voto de protesto à prefeita de Santarém, Maria do Carmo, irmã do candidato. Sinal de que arranjos precisam ser feitos.
Por outro lado, é preciso assinalar que a idéia de um estado do Tapajós, bandeira do candidato, pode ter atrapalhado na hora de construir sua estratégia eleitoral.
Explico: Carlos Martins concentrou sua campanha na região e falou, basicamente, sobre a região. Ocorre que estas eleições revelaram uma tendência nova na disputa política paraense: a transregionalização do voto e da campanha. Muitos candidatos distribuíram por diferentes regiões do Pará sua campanha e, consequentemente, receberam votos de regiões diferentes. Carlos Martins não fez o mesmo. Apesar dos 103.600 votos que recebeu, não logrou o coeficiente necessário. Grande pena.
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