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O retorno de Edmilson Rodrigues

Edmilson Rodrigues (PSOL) cumpriu o esperado. A maior votação para deputado estadual: 85.412 votos, o equivalente a 2,51% do eleitorado. No entanto, esperava-se que sua votação conseguisse puxar mais um ou dois psolistas. José Nery, que durante quatro anos ocupou a suplência deixada por Ana Júlia no Senado, não conseguiu chegar lá. Com 12,7 mil votos, no entanto, teve mais votos de Araceli, quadro histórico da esquerda. Aliás, com seus 4,8 mil votos, Araceli também ficou atrás do Professor Márcio Pinto (7,5 mil).
Antes de ser prefeito de Belém, em 1996, reconduzido em 2000, Edmilson foi deputado estadual em 1986, reeleito em 1990 – sempre pelo PT. Candidato ao governo estadual pelo PSOL, em 2006, Edmilson obteve 131.088 votos. Espera-se muito da sua atuação, afinal, além de ter sido o ótimo prefeito que foi, Edmilson também deixou clássicas histórias de sua atuação como parlamentar. Porém, é preciso confrontar os fatos atuais e perceber que o PSOL está vivendo uma encruzilhada. A mensagem deixada por Plínio de Arruda Sampaio constitui um evento moral bem mais que um evento eleitoral, afinal Plínio terminou com menos de 1% dos votos válidos. Estará o futuro de Edmilson condicionado a essa máquina partidária limitada? É justo colocar a questão...

Comentários

Anonymous disse…
Na verdade, Edmilson foi eleito em 1996 e reconduzido em 2000.
Obrigado, já corrigi o lapso no texto.
Anonymous disse…
Caro amigo e professor,
Candidados como o ex-prefeito Edmilson Rodrigues podem prescindir (em alguns momentos) de estrutura partidária. É tanto verdade que se fosse pela estrutura do PSOL ele não teria sido eleito.
O que me parece acertado na definição da melhor estratégia de campanha muito bem executada foi exatamente concentrar em Belém e arredores, mas sobretudo em Belém, e comunicar o que foi feito quando foi prefeito por 8 anos.
Tem um outro dado também significativo. Em qualquer sondagem de opinião para cargos majoritários em Belém ou no Pará, Edmilson Rodrigues é sempre muito bem avaliado. Seus votos estão em todas as camadas sociais, econômicas e culturais. É um mancial que pouco foi explorado pelas limitações do PSOL (musculatura partidária, pouco tempo no horário eleitoral gratuito, falta de recursos de toda ordem...). E ainda, ao meu ver, faltou um tom mais avermelhado, um discurso em defesa do Socialismo. É que a esquerda revolucionária precisa para se diferenciar dos demais agrupamentos partidários. Sobretudo, do PT, que há tempos abandonou (e/ou quando aparece se mostra deslocado de uma práxis emancipatória)esse discurso.
Muito bom de oratória, um trabalhador estudioso, experiente e muito bem assessorado, Edmilson Rodrigues, deverá ser a VOZ da esquerda revolucionária e socialista na ALEPA. Há tempos o parlamento estadual carece de um parlamentar com esse perfil. Terá que ter habilidade para não se isolar, mas com a decadência da velha mídia é possível, que através de uma estratégia muito bem articulada e profissional de Comunicação Política e Marketing combinada com a emergência das novas mídias sociais e internet, possa sem mais, inaugurar um novo e profícuo momentos de acumulação de forças para a esquerda revolucionária e socialista aqui no Pará. O caminho ainda é longo, mas já se vê um sol brilhar no horizonte. Quadros e militantes qualificados para tal missão, me parece que o PSOL já dispõe.
Um abraço.
Willys Lins
Jornalsta
Caríssimo Willys,
Sua percepção é corretíssima. Torço para ver Edmilson com essa atuação parlamentar que vc fala. As condições já estão reunidas e, daqui para frente, é trabalho.
Anonymous disse…
Concordo que o Edmilson vai além da estrutura partidária e etc, mas no final do texto, o Willys se perde ao confundir o papel do parlamentar, 'de difundir o socialismo na esquerda revolucionária' para se diferenciar dos demais agrupamentos partidários. Por favor, não precisamos mais disso, a questão é além de siglas e posições no parlamento, é de querer contruir e viver numa sociedade melhor, justa e com desenvolvimento social. E isso não necessariamente passa pelo socialismo, aliás, passa bem longe disso.

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