Alguns elementos sobre essa questão:
1. O PT possui hoje 17 dos 37 cargos com status de ministro. Há muitos indícios de que Antônio Palocci vai ocupar a Casa Civil, dando a ela uma missão menos técnica e mais política. Palocci tem trânsito tanto no PT e no PMDB como na oposição e é considerado um negociador habilidoso e discreto. O problema seria enfrentar a influência do ex-ministro José Dirceu, que embora não deva ocupar nenhum cargo no governo, trabalha para afastar Palocci dessa pasta, tentano levá-lo para o Ministério da Saúde.
2. O PMDB possui seis pastas (Agricultura, Defesa, Integração Nacional, Minas e Energia, Saúde e Comunicações), controlando a área da infra-estrutura e mais o Banco Central (BC). Como ganhou a vice-presidência, provavelmente, fará o presidente do Senado e grade parte da mesa diretora da Câmara, deve manter seu tamanho. O que deve mudar em relação a essa estrutura é, talvez, que se amplie o controle do partido sobre três de seus setes ministérios – Defesa (Nelson Jobim), Saúde (José Gomes Temporão) e Banco Central (Henrique Meirelles), que, para alguns caciques do partido, estão mais sob a esfera e poder de Lula do que sob a influência do partido.
3. Por seu desempenho eleitoral, o PSB deve ganhar espaço. Hoje, a legenda possui apenas dois ministérios (Ciência e Tecnologia e Secretaria Especial dos Portos). Deve ganhar mais um, eventualmente o Ministério da Economia, caso se confirme a especulação de que Luciano Coutinho, atual presidente do BNDES, seja convidado para o posto. Embora não seja filiado ao PSB, Coutinho, é muito próximo do governador Eduardo Campos (PSB-PE).
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