Cheguei hoje de manhã na universidade e encontrei um grupo de alunos conversando sobre a entrevista de Chico Cavalcante publicada no Diário do Pará de ontem. De fato, foi uma entrevista antológica. Chico foi fundo no ponto, inventariando os erros de comunicação que derrotaram a candidatura Ana Júlia:
- Insistir na tese do desenvolvimento estadual como eixo único da campanha.
- Posicionar erradamente a imagem da candidata.
- Fugir do confronto.
E essa comunicação política ineficaz somou-se a má engenharia política sobre a qual já muito se falou. Nos corredores da Faculdade de Comunicação, também lá, a campanha foi muito criticada, tanto por alunos com alguma convicção ou militância política – e não necessariamente no PT – como pelos demais. Porém, a entrevista do Chico qualificou o debate e possibilitou novas posições e idéias.
Pelo que percebi, na avaliação de alguns alunos com os quais dialoguei mais, durante o processo eleitoral, a principal percepção crítica se dava no campo do posicionamento da marca da candidata. Sempre foi consensual que a campanha “não tinha a cara do PT”. A campanha de Paulo Rocha, principalmente, foi criticada – e por essas mesmas razões.
É oportuno discutir os erros de comunicação do governo e da campanha, sobretudo para evidenciar que há erros da política que muitos gostariam de atribuir à comunicação – embora possa haver, naturalmente, problemas de comunicação governamental e pública – e erros da comunicação política, ou eleitoral, especificamente.
Comentários
Nunca houve falta de aviso. Em nenhum momento, do governo ou da campanha. O que sempre houve foi falha na análise de situação. E, concordo: essa falha se deveu, em grande parte, à ausência de um planejamento estratégico, sobretudo na campanha. Abraço grande.