Como interpretar a relativa derrota do PT no Acre? De todos os onze estados nos quais José Serra venceu, no segundo turno, foi no Acre a sua melhor votação: 69% contra 30% dos votos de Dilma.
Serra venceu em 21 dos 22 municípios acreanos – inclusive em Xapuri, terra de Chico Mendes, município simbólico para o petismo-ambiental que surgiu naquele estado. A única vitória do PT se deu em Feijó, curiosamente um dos dois municípios administrados pelo PSDB no estado.
Além disso, a disputa para o governo estadual foi incrivelmente apertada. O senador Tião Viana, do PT,foi eleito com 50% do votos, cerca de somente 1% a mais que Tião Bocalom, PSDB. No senado, se o PT conseguiu eleger Jorge Viana, a cadeira que antes pertencia a Marina Silva passou Sérgio Petecão, do PMN.
Tudo isso soa estranho, em se tratando do Acre, estado há doze anos governado pela Frente Popular do Acre, uma coligação de quinze partidos liderada pelo PT e politicamente muito bem representado no governo Lula.
O que explica essa situação? Aparentemente um processo de desgaste da imagem pública do governo petista estadual. Há acusações locais sobre os desmandos do governo e o sistemático afastamento de acreanos dos postos de comando, bem como de sua substituição por pessoas vindas de outros estados. São indicativos a avaliar.
Comentários