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A segunda grande mancada

Sobre a primeira grande mancada política do governo Jatene (que, convém lembrar, ainda nem tomou posse), já falei aqui: Movimento político arriscado


A segunda foi estampada na coluna de Ricardo Boechat, na revista Isto É, desta semana. A íntegra da nota diz o seguinte:
O governador eleito do Pará, Simão Jatene (PSDB), está negociando pessoalmente com Carlos Rodemburgo, do Grupo Opportunity, a liberação das pendências das fazendas da Agropecuária Santa Bárbara, braço agropecuário dos negócios de Daniel Dantas. Na Procuradoria-Geral do Estado há inúmeras ações de investigação abertas para saber como o banqueiro virou proprietário com mais terras no Pará, cerca de 500 mil hectares – área um pouco menor que Brasília.

De acordo com o blog de Hiroshi Bogéa, o governador eleito desmentiu o encontro, em carta enviada a Boechat. Nela, Jatene diz que a última vez que viu Rodemburgo foi em 2005. Apesar do desmentido, o assunto está fervendo. Jorge Amorim, do blog Na Ilharga
observa que, na verdade, os dois, Jatene e Rodemburgo, estiveram juntos, também, pelo menos numa outra oportunidade, ocorrida dois anos depois dessa data, na festa que consagrou Carlos Xavier como o pecuarista do ano, realizada na Associação Comercial do Pará em 2007.

Memórias traídas à parte, o fato é que toda a sociedade civil paraense precisa ficar atenta para a perigosa possibilidade de o governo eleito fazer recuar as ações que move, por meio de sua Procuradoria-Geral, contra Daniel Dantas. Esse assunto é do mais alto interesse para o Estado, porque DD é um elemento perigoso e suas empresas apenas trarão mais conflito, devastação e exclusão para o campo paraense.

Tal como na questão da preservação dos incentivos fiscais para que a Alpa permaneça no Pará, se trata de uma questão que precisa ser colocada acima da mera disputa partidária, ainda que possa ser compreendida, pela sociedade, como uma bandeira e uma ação do PT. É uma questão de interesse de Estado, de projeto global de futuro. 

O governador Jatene e os partidos que o apóiam não deveriam se pautar por um desmonte de ações, sobretudo quando se trata de expurgar esse gênero de câncer, algo prostrático, da sociedade.

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