A vista que o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual fizeram, ontem, à Unidade de Saúde da Terra Firme apenas comprova o que todo mundo já sabia – aliás o que os próprios MPF e MPE já sabiam, antes da visita: que a gestão da saúde pública feita pela prefeitura de Belém é caótica. Os MPs apenas postergam a decisão de ingressar com uma ação civil pública contra a prefeitura. Já deviam tê-lo feito. Aliás, essa visita já devia ter sido feita há pelo menos quinze dias, já que o prazo para os ajustes acordados se encerrou dia 31 de dezembro.
A visita comprovou que a prefeitura não cumpriu o acordo por ela mesma firmado, de promover uma série de ajustes no seu sistema de saúde até dezembro passado. As argumentações da prefeitura são patéticas: reformas, falta de segurança, falta de armário para guardar remédios, pane nos ar-condicionados... São questões hierarquicamente inferiores, digamos assim, em relação à questão da saúde. Ou não?
Desculpas esfarrapadas de uma prefeitura efarrapada que o que melhor faz é produzir personagens invulgares (além do próprio prefeito) – como a coordenadora de atenção básica, Odinéia Silva, por exemplo – para produzir novas desculpas esfarrapadas.
Só para constar: a Unidade de Saúde da Terra Firme já teve sete clínicos. Hoje são apenas dois, para um universo de 71 mil cadastrados.
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