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O governo Jatene e suas relações com o Governo Federal


De acordo com o que está sendo divulgado pela imprensa, a posição do PSDB é de que seus governadores não façam uma oposição sistemática ao governo Dilma. Isso poderia prejudicar o projeto nacional de “reconstrução partidária” (o que queira isso dizer...) e, do ponto de vista dos estados, poderia ser um empencilho à governança, na medida em que reduziria o volume de recursos de investimentos, notadamente o PAC. 
Porém, o PSDB local vai ser, certamente, confrontado com a oposição e com os interesses paroquiais seus e de seus aliados. Acho possível que prevalesça uma posição sectária. As primeiras declarações do secretário de cultura, Paulo Chaves, já o sugerem. Como antes, como no primeiro governo Jatene, o Pará vai recusar parcerias. Vai dar passagem a algumas, mas vai esnobar, torcer o nariz, solemente, para muitas ações do governo federal. 
O PT, sabendo se posicionar, pode se tornar um calo, um fantasma, que levará o governo estadual a situações de tnsão interna. Algumas coisas realmente grandiosas, como Belo Monte, terão passagem. Jatene não vai “peitar” Dilma na questão energética, mas é possível que intervenha do trânsito de questões igualmente importantes, mas mais sucetíveis ao jogo politico local, como em possíveis expurgos feitos contra a Vale e outras empresas. De qualquer forma, independente disso, há o problema politico de ter gente boa, em Brasília, para fazer a articulação com o  Governo Dilma. E isso, ao que parece, sera difícil, porque o PSDB parece falar uma língua morta, parece estar à milhas de distância do planejamento contemporâneo e dos valores políticos que dominam o Planalto do nosso tempo.
Um exemplo clássico é o debate sobre o financiamento do SUS. O governo Dilma vai insistir, por todos os meios, criar um equivalente à CPMF – não necessariamente no mesmo formato. O PSDB já adotou uma atitude de tratar essa questão como uma questão política. Tem
insistido em bater de frente com a realidade, fazer oposição pela oposição. O fato é que o governo tenta resolver a questão do financiamento do SUS, mas o PSDB reduz esses esforços a um falso problema: o do retorno da CPMF. A questão é maior, mas a atitude política do partido é cerrada e menor. Ações como essa, que desviam o debate do propósito público, tendem a corromper o diálogo.

Comentários

Anônimo disse…
O pessoal do PT é de uma falsidade nojenta: quando a cpmf foi criada pelo FHC, chamaram os que votaram a favor de bandidos. Agora q são governo, os errados são os que a aboliram.

Como acreditar em alguma palavra deles se agem desse jeito?
Anônimo disse…
Dei uma olhada há pouco no seu twitter. Gostaria que você explicasse melhor as relações do jatena com o PMDB. Por que você não acha possível que o Jatene passe para o partido do Jáder, no caso de haver uma mudança na lei eleitoral e isso se tornar possível?
hupomnemata disse…
Ao Anônimo das 12h53:
Isso que vc chama, com razão, de "falsidade nojenta" é algo que ocorre em toda a política. Poderia dar exemplos a vc que envolvem a todos os partidos, inclusive o PT. Porém, menos o PT que outros partidos. Não que o PT seja infalível. Muito ao contrário. Mas porque o PT tem alguns excelentes exemplos a dar. Por exemplo, em relação mesmo à CPMF: depois que chegou ao poder e passou a administrar esse imposto, os recursos da CPMF foram, de fato para a saúde. Isso faz a diferença, não?
hupomnemata disse…
Ao Anônimo das 14h36:
É que o Zé Varela, no twitter, me perguntou se eu não achava provável que o Jatene, permitindo-o a lei eleitoral, se transferisse para o PMDB. Eu respondi que não, não acho isso algo provável, porque significaria um processo interno, no PSDB, que acarretaria desgaste para ele. Aqui no Pará o PSDB tem muitos brios, muitas vaidades de classe. Isso comprometeria sua governabilidade. Porém, caso haja um movimento nacional de próceres do PSDB passarem para o PMDB ou outro partido (mais fácil outro partido), sobretudo um movimento que fosse liderado por Aécio Neves, isso facilitaria as coisas para o Jatene.

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