Muito correto o editorial de O Globo de hoje:
O presidencialismo brasileiro, ao conviver com um ambiente de excessiva pulverização partidária — por falta de uma necessária cláusula de barreira —, inverteu conceitos de administração e passou a adequar o tamanho do aparato público de primeiro escalão à quantidade de legendas aliadas, e não à tarefa de gerenciar o país.
A esta realidade foi adicionada uma grande porção de pragmatismo nocivo, praticado nos últimos governos, e, assim, a ocupação de cargos passou a ser moeda de troca em barganhas de fisiologismo explícito.
Foi desta forma que se chegou à situação atual, em que o primeiro escalão federal é formado por 37 ministérios.
As reuniões ministeriais se tornaram mais um evento no qual o presidente manda recados políticos, e para todos serem, de tempos em tempos, fotografados juntos, do que um encontro de trabalho efetivo. Na verdade, assemelha-se mais a uma assembleia do que a uma reunião.
Essa crítica mais uma vez atesta a necessidade de uma reforma política real e profunda no país.
O Editorial, na verdade, elogia a decisão de Dilma em dividir sua equipe em quatro grupos, e designar coordenadores para cada um deles. Isso é necessário para racionalizar a gestão de uma estrutura que permite que a política decida a técnica.
Os quatro grupos, como se sabe, serão os seguintes:
- Desenvolvimento Social e Erradicação da Miséria; a ser coordenador pela ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social,
- Desenvolvimento Econômico; coordenador por Guido Mantega, ministro da Fazenda
- Gestão, Infraestrutura e PAC; coordenado por Míriam Belchior, ministra do Planejamento
- Direitos da Cidadania e Movimentos Sociais; coordenado por Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência.
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