Pular para o conteúdo principal

Como o Estadão vê o PT

Vejam o seguinte parágrafo, publicado pelo jornal Estado de S. Paulo, bastião conservador brasileiro, sobre os 31 anos do PT:
"Houve muita festa, bolo com velinha e convidados ilustres, mas, se alguém na sala gritasse "fora FMI" ou "o mundo marcha para o socialismo", iria estragar o clima. O PT de meia idade que comemorou 31 anos na quinta-feira, em Brasília, é um senhor comportado - ideologicamente - que ao chegar ao governo trocou, como já fizeram tantos outros partidos-camaradas, as bandeiras da utopia socialista pela lógica da manutenção do poder". 
Algumas considerações e respeito:

  • 31 anos não é meia idade, é juventude...
  • Para um partido com projeto de transformar a sociedade, então, é pré-adolescência.
  • "Senhor de meia idade" é um conceito que mais cabe à elite quatrocentona do Estadão, convenhamos.
  • Convidados ilustres não obscurecem a família, grande e festiva.
  • Quem marcha é militar. Para o PT o mundo caminha, sim, para o socialismo...
  • Não que seja um caminho fácil, mesmo porque há concepções variadas e mesmo opostas de socialismo. O PT não tem uma definição própria e nem mesmo uma definição adotada. Mas a discussão é grande.
  • Idependente disso, em geral se acredita que a funbção do partido não é construir o socialismo, mas sim construir a igualdade social.
  • Converse com um petista sério e verá o seguinte: ele tende a considerar o PT como um projeto tático, cuja função é construir a base social política para um projeto maior, desta vez estratégico. O PT é, portanto, um partido tático, cuja missão histórica é diminuir a divisão interna da sociedade brasileira. A seu tempo, esse partido tende, dialeticamente, a ser substituidpo por um partido que tenha um projeto socialista mais claro.
  • Para chegar ao governo o PT fez um pacto com vocês, seus hipócritas. E paga caro por isso. Bilhões de reais em taxas de juros... É a condição, é a etapa, é o jogo que se tem que fazer para poder ir mais longe, no futuro.
  • "Bandeiras da utopia socialista" é uma forma de classificar o que, outros, compreendem como luta honesta e democrática pela diminuição da exclusão social e política.
  • "Lógica de manutenção de poder" é condição do sistema. Enquanto não houver reforma política - que vocês, hipócritas, não querem fazer - essa lógica, que vocês criaram e abastecem, não vai mudar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de

Leilão de Belo Monte adiado

No Valor Econômico de hoje, Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, informa que o leilão das obras de Belo Monte, inicialmente previsto para 21 de dezembro, será adiado para o começo de 2010. A razão seria a demora na licença prévia, conferida pelo Ibama. Belo monte vai gerar 11,2 mil megawatts (MW) e começa a funcionar, parcialmente, em 2014.

Ariano Suassuna e os computadores

“ Dizem que eu não gosto de computadores. Eu digo que eles é que não gostam de mim. Querem ver? Fui escrever meu nome completo: Ariano Vilar Suassuna. O computador tem uma espécie de sistema que rejeita as palavras quando acha que elas estão erradas e sugere o que, no entender dele, computador, seria o certo   Pois bem, quando escrevi Ariano, ele aceitou normalmente. Quando eu escrevi Vilar, ele rejeitou e sugeriu que fosse substituída por Vilão. E quando eu escrevi Suassuna, não sei se pela quantidade de “s”, o computador rejeitou e substituiu por “Assassino”. Então, vejam, não sou eu que não gosto de computadores, eles é que não gostam de mim. ”