"Eu perdi para o meu corpo. Esse foi o momento de parar".
A frase, ao mesmo tempo que simples e ingênua, tem também sua complexidade. Como se sabe, foi enunciada pelo jogador Ronaldo, o Fenômeno, ontem, quando anunciou que encerrava sua carreira como jogador profissional de futebol.
Ocorre que todos nós, em algum momento - senão em vários, e até mesmo diariamente - acabamos perdendo para nossos corpos. Reside aí o enigma heideggeriano do dasein, o ser-aí, condição existencial fundadora do que somos e único espaço para superar a suposição metafísica de que há outro de nós num mundo etéreo.
Eu, por exemplo, vou agora me levantar e marcar consulta no meu oculista.
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