Li um relatório sobre a situação da siderurgia nacional. Em síntese, vivemos um momento de crescimento vertiginoso da demanda, sobre da oferta internacional e, desgraçadamente, crise produtiva do setor.
Em 2010, o consumo de produtos siderúrgicos chegou a 26,8 milhões de toneladas, 44% a mais do que em 2009 e 11% acima do período pré-crise de 2008.
O problema é que, desse total, 5,9 milhões de toneladas provieram de importações – 123% a mais do que em 2008.
Nos próximos anos, haverá investimentos pesados na Copa de 2014, nas Olimpíadas 2016, exploração do pré-Sal e o Minha Casa Minha Vida. Ou seja, a demanda interna vai aumentar e o Brasil, mesmo tendo abundância de matéria prima (leia-se: o minério de ferro paraense), vai importar todo esse aço.
Mesmo porque, conjunturalmente, como disse, há sobre de produto no mercado internacional, o que reduz o preço e torna mais fácil importar do que produzir internamente - o que seria melhor, é claro, já geraria emprego, tecnologia e mais-valia na produção escalonada dos produtos do aço.
Há 554 milhões de toneladas de excesso de produção, hoje, no planeta. Desse total, 185 milhões provêm da China, 64 do Japão, 126 da Europa, 33 dos Estados Unidos.Ainda assim o aço brasileiro seria competitivo. O Brasil tem o terceiro menor custo de produção para bonina a quente, superado apenas pela Rússia (12% a menos) e China (3% a menos), e quarto menor custo para vergalhão (atrás de Rússia, Estados Unidos e China).
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