"Não deixemos os homens do poder, do dinheiro e da futilidade jugarem Sócrates pela segunda vez. Não os deixemos, por uma segunda vez, condená-lo à morte”.
É com essa frase que o ensaísta francês contemporâneo Vicent Peillon conclui seu livro recém publicado, “Eloge du politique” (Elogio do politico). Ele refere-se à aliança entre filosofia e política, motor organizador da cidade e dispositivo que possibilita o "poder dos sem-poderes”.
O autor é professor de filosofia e deputado europeu pelo Partido Socialista. Seu pensamento politico pode ser sintetizado por meio de uma frase recolhida no livro:
“O politico não é a política, não é a questão do poder, mas a de viver na verdade”.
Trata-se de um discípulo de Maurice Merleau-Ponty, aliás muito presente na obra. Por exemplo, por meio de seu conhecido conceito sobre o papel da mentira na política, algo essencial para a formulação de Peillon. Outra presença é a do político Frances Pierre Mendes-France, especificamente na sua procura por uma "política da verdade", que identificasse, dentre outros fatos,"que os partidos chegam a ser, ao mesmo tempo, cínicos e ingênuos, moralisadores e oportunistas".
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