Comentei aqui, há dois dias, a notícia de que a Vale adquiriu as ilhas onde, no futuro, poderá ser instalado o porto do Espadarte. Observei que é uma notícia de impacto, pela magnitude que a empresa passa a ter na economia paraense.
Há um acrescimo a fazer, embora não sobre o Espadarte.
O fato de que a Vale, na mesma semana em que anunciou a aquisição das ilhas, também anunciou que comprou, por US$ 173,5 milhões, 70% e, portanto, o controle, da Biopalma da Amazônia SA, uma mega empresa de produção de oleo de palma, materia-prima para a produção de biodísel.
A Biopalma começa a produzir oleo de palma este ano, com financiamento do Pronaf Dendê do Banco da Amazônia. Em 2019, quando a lavoura alcançar a maturidade, deverá atingir uma produção de 500 mil toneladas.
O interesse da Vale é o consumo próprio, pois usa biodísel para mover suas locomotivas e outros equipamentos de grande porte.
Na verdade, para ser preciso, o combustível que a Vale usa é o B-20, que tem 20% de biodísel e 80% de dísel comum.
A Biopalma tem seis pólos de produção sendo implantados, todos no vale do rio Acará, no nordeste do Pará. Até 2013 serão 60 mil hectares de plantação de dendê e 75 milpara recuperação e regeneração da mata nativa.
A empresa gera cerca de 3.200 postos de trabalho mas o mais importante, em termos de geração de emprego, é seu programa de apoio à agricultura familiar, por meio do qual projeta apoiar o cultivo do dendê em 2 mil cultivos locais, comprando toda essa produção e, assim, ampliando a geração de trabalho.
Com a operação a Vale amplia, ainda mais, sua presença no Pará. Um controle sobre o território e a economia que já é maior que o próprio Governo do Estado.
Necessário acompanhar tudo isso.
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