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Redes sociais como ferramenta de protesto 1

Reproduzo uma seqüência de posts sobre a ciberguerrilha, via Circuito Integrado
Arma de mudança? 
Muita gente vem incensando as mídias sociais como elementos revolucionários fundamentais nas rebeliões que vêm ocorrendo no norte da África. Claro que o uso de Twitter e Facebook ajuda nas mobilizações e na divulgação das reivindicações de grupos rebeldes, mas também parece evidente que o papel deles vem sendo exagerado por alguns setores.
Entrando neste debate, trago para você um texto de MARKO PAPICe SEAN NOONAN, especialistas da STRATFOR, consultoria voltada para a área de política internacional e segurança. O trabalho é publicado com autorização expressa daquela empresa. O texto discute os usos das mídias sociais, o combate que governos e instituições fazem ao uso delas e sua importância (ou falta de) para o surgimento de lideranças.
Para facilitar a leitura, dividi a análise em quatro partes. Leia a seguir a introdução.
"Depois de completamente bloqueada por dois dias, a internet foi restaurada no Egito na semana passada. Autoridades egípcias desconectaram o último provedor de internet (ISP, na sigla em inglês) ainda em operação em 31 de janeiro em meio a crescentes protestos ao redor do país. Os outros quatro provedores do Egito _Link Egypt, Vodafone/Raya, Telecom Egypt e Etisalat Misr_ foram bloqueados em 27 de janeiro, enquanto a crise se alastrava. Analistas imediatamente reconheceram que se tratava de uma resposta à potencialidade organizacional dos sites de mídias sociais, cujo acesso público o Cairo não foi capaz de bloquear inteiramente.
O papel das mídias sociais em protestos e revoluções tem atraído a atenção da mídia nos últimos anos. O consenso atual é o de que as redes sociais são capazes de facilitar a mudança de um regime. E um pressuposto subjacente é o de que as mídias sociais dificultam a manutenção de um regime autoritário _mesmo em autocracias endurecidas como a do Irã e a de Mianmar_ e que poderiam dar início a uma nova onda de democratização ao redor do mundo. Em uma entrevista de 27 de janeiro, disponível no YouTube, o presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a incluir as redes sociais entre as liberdades universais como a liberdade de expressão.
As mídias sociais sozinhas, no entanto, não instigam revoluções. E não são mais responsáveis pelas recentes manifestações na Tunísia e no Egito do que as fitas cassetes dos discursos do Aiatolá Ruholla Khomeini foram para a revolução de 1979 no Irã. As mídias sociais são ferramentas que permitem a grupos revolucionários baixar os custos de participação, organização, recrutamento e treinamento.
Mas, como qualquer ferramenta, elas têm pontos fracos e pontos fortes. Além disso, sua eficiência depende de como os líderes as usam e da acessibilidade que as pessoas que sabem como usá-las têm a elas."

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