O filósofo Luc Ferry acabou de publicar, na França, seu novo livro: L'anticonformiste. O titulo soa falso. Anticonformista, logo ele, Luc Ferry? Afinal, Luc Ferry condenou o pensamento e a herança de 1968. Afinal, foi ministro da educação do governo conservador de Jean-Pierre Raffarin. Seu CV vai do conservadorismo ao oportunismo. Não há, afinal, espaço para o anticonformismo.
São contradições assim que gostam de proliferar no público leitor do Brasil de hoje. Não porque seja um público que ame as contradições, mas sim porque elas dissimulam o conservadorismo latente que disfarçam. Não é à toa que Ferry tem vários livros já publicados no Brasil e que, por aqui, soe como um filósofo que discute a vida e o cotidiano. Não é bem isso que ele faz. Parece mas não é. Não tem o talento do antipático André Comte-Sponville, e não tem o charme do superficialíssimo Allain de Botton, mas vem na esteira deles.
Não li seu novo livro e nem o pretendo. Fica a dica.
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