Ainda comentando os casos atrasados e recuperando os assuntos ocorridos enquanto estava viajando, não posso deixar de dizer uma coisa a respeito da demissão do ministro da Defesa, Nelson Jobim.
À parte toda a celeuma em torno da sua demissão, há um aspecto que se conecta à comunicação política da sociedade brasileira e que é de suma importância para o debate que fazemos aqui no blog: É que o jornalista Rodrigo Vianna relatou, em seu blog, ter recebido uma ligação de um jornalista que trabalha na Globo dizendo que direção da emissora deu ordem, a um grupo de profissionais (?) da casa de produzir uma série de "reporcagens" sobre Celso Amorim, sugerindo que o novo ministro da Defesa provoca instabilidade nos meios militares.
A tática é manter o ministro da defensiva. E, quem sabe, substituí-lo.
Já vi isso acontecer quando estava na Secretaria de Comunicação. Comigo mesmo e com vários colegas.
Uma prática usual na imprensa conservadora e golpista que, infelizmente, ao que parece, está se tornando cada vez mais usual no país.
O que a Rede Globo deseja evitar, mais ao fundo, é a instalação da Comissão da Verdade, algo que a sociedade brasileira precisa, para acertar contas com sua história. Trata-se da abertura dos arquivos da ditadura militar. O regime, como se sabe, teve participação ativa da Globo. A rede tornou-se, de fato, a própria porta-voz do regime, recebendo compensações que ferem o princípio do direito social à comunicação e que comprometem a luta pela democratização da comunicação o país.
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