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Os defensores de Carajás argumentam contra a “cultura paraense”, compreendendo-a como algo que lhes é exterior e que não lhes afeta de nenhum modo, algo imóvel e binário em relação ao que pretendem ser, apesar da contradição de não conseguirem externalizar isso a que pretendem ser. E isso por uma razão específica: não compreendem que, em vez de uma situação de não-cultura, ou de pré-cultura, como se percebem, o que vivenciam é, ao contrário disso, uma experiência social de encontro de várias experiências sociais diferentes, plenas desse conflito, dessa tensão que não é admissível do ponto de vista da representação social tradicional da noção de cultura.
A noção de cultura presente no discurso dos defensores do estado do Tapajós, bem como aquela presente na defesa mais conservadora, mais essencialista do Pará “grande” não são diferentes. Todas elas reafirmam a representação social mais vigorosa do que é cultura, ou seja, essa mesma percepção de cultura como algo que, para existir, não pode experimentar nenhum conflito. Continua
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