O acordo ortográfico é uma imensa bobagem. Uma estultice, aparentemente feita para dar trabalho a uns gramáticos desocupados e para satisfazer a pulsão sistematizadora de alguns políticos e burocratas. Nós, os usuários pacíficos da língua, em geral o consideramos uma inutilidade, ainda que não saibamos, bem, como justificar nossa posição.
Por isso recomendo a leitura do texto, conciso e preciso, de Fernando Paulo Baptista, filólogo e professor, publicado aqui.
Segue um trecho do documento, que já diz bem, enfim, porque o acordo é uma grande bobagem:
Por isso recomendo a leitura do texto, conciso e preciso, de Fernando Paulo Baptista, filólogo e professor, publicado aqui.
Segue um trecho do documento, que já diz bem, enfim, porque o acordo é uma grande bobagem:
A desassossegada e fulcral preocupação que o actual acordo ortográfico/1990 não pode deixar de suscitar reside no facto de impor uma «grafia» (repare-se bem: uma «grafia»!…) fono-cêntrica ou orali-cêntrica, assente na volátil e efémera “substância” dos «sons», dos «fonemas» («verba volant»), e não, na “substancialidade” estruturante, consistenciante, estabilizadora e permansiva das «letras», dos «grafemas» («scripta manent») de que, pelo menos desde os gramáticos, retóricos, dialécticos e filólogos clássicos (e.g.: Dionísio de Trácia, Apolónio Díscolo, Marco Terêncio Varrão, Marco Fábio Quintiliano, Valério Probo, Élio Donato, Prisciano Cesariense…), as regulae, as gramáticas, os dicionários e as antologias têm sido a expressão concreta, garantística e profiláctica[1].
Comentários