Em toda a Europa, eleitores descontentes com os líderes políticos estão abandonando siglas tradicionais e votando em partidos novos, com propostas diferentes. Na Alemanha, o principal expoente desse fenômeno é o Partido Pirata. Em abril, a sigla recebeu 8% dos votos nas eleições no Estado de Schleswig-Holstein. Isso foi suficiente para o partido conseguir entrar no Parlamento estadual. O Partido Pirata já tem representantes em três Estados alemães. Ontem, eles conquistaram 7,5% dos votos na eleição da Renânia do Norte-Vestfália, Estado mais importante do país. De acordo com estimativas, eles ficariam com 18 assentos no Parlamento local.
Isso significa que a Alemanha também segue na direção indicada pelos eleitoras da França e da Grécia. A população não tem culta e não precisa pagar pelos erros dos governos e dos grandes bancos. Essa é a lição.
O resultado das eleições de hoje na Renânia do Norte-Vestfália enfraquecem a União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, e fragiliza ainda mais a posição da chanceler dentro do partido. Ela busca seu terceiro mandato em 2013 e sua campanha teria como base a posição dura que tomou com rela-ção à Grécia e a outros países do bloco.
A derrota ocorre às vésperas de uma visita de Hollande, que pedirá que Merkel reveja seus planos para a Europa. Ontem, os sociais democratas (SPD) obtiveram 39% dos votos e, se aliados aos Verdes (12,2%), formariam um governo regional. Ambos já estavam no poder, mas em um governo de minoria. Kraft foi obrigada a convocar eleições depois que seu orçamento não foi aprovado no Parlamento local. Agora, poderá governar com ampla maioria.
Já o partido da chanceler viu seu apoio cair de 35%, em 2010, para 25%, o pior resultado nesse estado desde a 2ª Guerra. Kraft ainda sai como uma futura adversária de Merkel e já deixou claro ontem que o resultado era um “importante sinal para as eleições gerais”. Em 2013, segundo ela, o debate também será entre crescimento e austeridade. Há sete anos, foi justamente a derrota do então chanceler Gerhard Schroeder na Renânia do Norte-Vestfália que forçou a convocação de eleições antecipadas, nas quais ele seria derrotado por Merkel.
Com dados de O Estado de S. Paulo.
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