Eis aí o que restou de um templo religioso de 500 anos, em Tumbuctu, Mali: um bloco de pedras sem forma - e sem alma. Destruído pela loucura de grupos que se dizem "defensores do Islã". É a mesma fúria iconoclasta que destruiu, no Afeganistão, há uns dez anos, os bi-milenários budas de Bamiyan.
Detalhe: o monumento foi construído pelo próprio Islã, era uma mesquita, sempre consagrada ao islamismo - porém, como foi produzida há 500 anos, também conservava símbolos advindos do artesanato ancestral das populações do lugar.
Hoje, pelo que informam, a destruição continua. Vários mausoléus muitas vezes centenários estão sendo destruídos, aos gritos de "Allah Akbar".
O desejo dessa gente é "uniformizar" o islã. Seria isso uma nova forma de globalização? Um novo sintoma da globalização?
A mesma febre de ignorância destrói pessoas. Recentemente cerca de 700 hazaras, um povo islamita extremamente piedoso - e, portanto, fora do padrão dominante no islã político - foi massacrado no Paquistão. E há vários outros massacres recentes, simplesmente ignorados pela grande mídia - como o dos hamadi e dos zikri, povos islamistas que também fogem, de alguma maneira, ao islã purista, integralista e selvagem.
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