A influente revista científica americana New England Journal of Medicine (NEJM), lançada em 1812, está festejando seu 200o aniversário. Na ocasião publicou, no último 21 de junho, uma edição especial mapeando, a partir de seus próprios artigos, a evolução das doenças e das causas de morte dos últimos dois séculos.
Na cidade-sede da revista, Boston, por exemplo, o ano de 1811 viu pessoas morrerem por doenças conhecidas de nosso tempo - câncer (5 mortes em 942), diarréia (15), sífilis (12), varíola (2) - mas a causa mortis mais comum nos seria um mistério: 221 pessoas morreram em Boston, nesse ano, de "consumição".
Que diabo é isso? Bom, descobri que o conhecimento científico da época assim compreendia uma série de doenças que, hoje em dia, se dividiriam em tuberculose pulmonar, tifo e várias e diversas formas de febre.
Mais estranho é encontra 135 mortes por "nascimento de dentes". É a antiga "febre do dente", inflamação infecciosa que vitimava tantas crianças antigamente. Também havia muitas mortes causadas por febre puerperais e muitas crianças nascidas mortas.
Os acidentes vasculares cerebrais eram chamados, então, de apoplexias. 13 pessoas morreram disso em 1811. E havia mortes ainda mais misteriosas para nós: nesse ano, 36 pessoas morreram por convulsão, 28 por "fraqueza", 20 por "declínio", 25 por "morte súbita" e 10 por mortificação. Outras mortes, senão estranhas, foram bizarras: 2 pessoas morreram por terem "bebido água fria" e duas em decorrência de "dores de estômago".
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