O PSB é o principal vencedor do 1o turno – se tal
pode haver. Sua vitórias em Belo Horizonte e Recife (além de Cuiabá), reforçam as duas principais forças políticas personalizadas que, nas
próximas eleições ou nas seguintes deverão fazer frente ao PT: Eduardo Campos
do PSB e Aécio Neves do PSDB.
Ainda que o PSB tenha perdido Curitiba, ainda vai disputar o
segundo turno em Porto Velho e Fortaleza e em outra importante cidade
paulista, Campinas.
A questão colocada é: as vitórias do PSB o cacifam a se
distanciar (alguns diriam, se libertar) do PT?
Bom, na verdade, embora os
analistas indiquem que a disputa configurada se dá entre PSB e PT, penso que o
horizonte de disputa delineado é, na verdade, entre PSB e PMDB. Explico: Se a
economia continuar em ordem, é provável que Dilma seja reeleita. Os dois
partidos tenderiam a disputar, entre si, a indicação do vice.
Reitero que isso não significa que a vitória do PSB em Recife
e BH não seja uma grande derrota para o PT. É claro que foi. Mas a vitória do
partido ainda não o habilita a uma disputa de hegemonia de primeiro quilate –
embora o habilite a tensionar com o PMDB. Perceba-se que o governador Eduardo
Campos, como já está provado, não é de aventuras. Ele pode ser candidato a vice
ou ao Senado e deixar uma candidatura à presidência para 2018.
A derrota do PT pelo PSB, nessas cidades, foi, de fato,
amarga.
A reeleição de Márcio Lacerda em BH, contra Patrus Ananias
(PT) foi problemática, diretamente, para a presidenta Dilma, que não só trabalhou
na montagem da chapa como fez questão de comparecer ao palanque. Aécio, por
sua vez, foi o mentor do arco de alianças de Lacerda.
No Recife, a vitória em 1o turno do novato Geraldo
Júlio, deixando em terceiro lugar o senador petista Humberto Costa, ex-ministro
da Saúde, foi ainda maior para Lula, que impôs a candidatura de Costa tanto ao
PSB como ao próprio PT.
Por esses dois casos, o PSB se torna um ator político cada vez maior.
O 2o turno pode servir como um laboratório de ensaio para o futuro da relação entre o partido e o PT. Particularmente no caso de Fortaleza: se Eduardo Campos se meter por lá, contra o candidato do PT, o caldo pode entornar. Acompanhemos para ver.
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