O Pará tem um nó
cultural, uma questão sem nome, que se transforma e que se move, acompanhando
nossa experiência social e nossa história. Esse nó cultural paraense é
instigante e denso. Sem nenhuma pretensão, aqui, de compreendê-lo e muito menos
de explicá-lo, gostaria de dizer, a respeito dele, duas ou três coisas que me
parecem óbvias: ele nada tem a ver com “identidade”, não é uma “síntese” e não
é uma “ continuidade”. É um “híbrido”, talvez, se entendermos cultura no que
ela tem de não acabado, tenso, nervoso e conflitivo. Só que quando me lembro
que tanta gente compreende “híbrido” como “síntese” acabo achando melhor evitar
esse termo.
Voltemos, então, a
nó... Às vezes, ele é um espelho embaçado, no qual a sociedade se entrevê (o
protesto dos artistas...); às vezes, é um redemoinho que pauta questões que
dizem respeito à sociedade como um todo, ao coletivo dos paraenses, pautando o
debate sobre a política, a identidade, a história, etc. Esse nó cultural
produz, ao mesmo tempo, a essência da coesão e a dinâmica de ruptura e conflito
que está presente em nosso redor.
Mas não vou falar
mais sobre isso. Melhor deixar essas coisas em aberto.
Comentários