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Política cultural e autoritarismo no Pará 2: O nó cultural do Pará

O Pará tem um nó cultural, uma questão sem nome, que se transforma e que se move, acompanhando nossa experiência social e nossa história. Esse nó cultural paraense é instigante e denso. Sem nenhuma pretensão, aqui, de compreendê-lo e muito menos de explicá-lo, gostaria de dizer, a respeito dele, duas ou três coisas que me parecem óbvias: ele nada tem a ver com “identidade”, não é uma “síntese” e não é uma “ continuidade”. É um “híbrido”, talvez, se entendermos cultura no que ela tem de não acabado, tenso, nervoso e conflitivo. Só que quando me lembro que tanta gente compreende “híbrido” como “síntese” acabo achando melhor evitar esse termo.
Voltemos, então, a nó... Às vezes, ele é um espelho embaçado, no qual a sociedade se entrevê (o protesto dos artistas...); às vezes, é um redemoinho que pauta questões que dizem respeito à sociedade como um todo, ao coletivo dos paraenses, pautando o debate sobre a política, a identidade, a história, etc. Esse nó cultural produz, ao mesmo tempo, a essência da coesão e a dinâmica de ruptura e conflito que está presente em nosso redor.

Mas não vou falar mais sobre isso. Melhor deixar essas coisas em aberto.

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