1. Quem já trabalhou com comunicação política sabe que a maioria desses institutos são venais, além de agirem também ideologicamente. A diferença entre eles é basicamente uma diferença de preço, ditado pelo impacto em mídia (e não pela credibilidade, o que é uma outra coisa). Isto dito, é preciso saber que há limites em relação ao que é vendido e comprado. Ou seja, é preciso agir com certa ponderabilidade. Assim, um aumento de rejeição em termos 11 pontos percentuais significa, provavelmente, um aumento real da rejeição em Haddad, digamos que de 1/3 disso (3,6 pontos percentuais) que, midiatizados, têm potencial para impactar nessa tendência já verificada, a ponto mesmo de dobrá-la (7,2 pontos percentuais).
2. Fora isso houve mudança no filtro da pesquisa, fato já tornado público, o que metodologicamente torna ilegítima a colocação desta pesquisa no histograma - ou seja, prejudica sua comparação com as pesquisas anteriores.
3. O crescimento da rejeição a Haddad é coetâneo ao crescimento da tendência de voto em *. Estamos dentro do contexto da clássica tendência de polarização, típica das eleições presidenciais no país. Isso demonstra, para o lado de *, uma guinada do voto útil. Nós provocamos, com o #EleNão! E eles reagiram. São votos da direita convencional que estão se dirigindo para ele. Em algum momento virão, para Haddad, os votos úteis do nosso lado. Inclusive os votos de setores do campo rival que não aceitam votar em *. Nesse sentido, essa pesquisa já detecta a tendência de voto útil do lado de lá, mas não do ladfo de cá.
4. Pior virá. O Ibope, a decisão de Toffoli de resguardar a censura prévia imposta por Fux a Lula, a desmoralizante fala do mesmo Toffoli afirmando que em 1964 não houve golpe, mas movimento militar e a publicização do depoimento de Palocci por Moro – tudo isso junto e no mesmo dia – são as evidências de que pior virá. Por isso é preciso se preparar.
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