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Mostrando postagens de junho, 2015

Sobre o V Congresso do PT: significantes sem significado

Pois é, mais do mesmo. Me uno ao coro dos descontentes com o V Congresso do PT. Passei parte do meu domingo lendo a “Carta de Salvador”, o documento resultante, e algumas análises feitas a respeito. Não tive acesso às resoluções. Para mim, a “Carta de Salvador” soa como música progressiva, que progride num crescendo sibilante e enjoado, ponto à ponto, sem variação de ritmo. Música chata. Não sei onde ficaram aquelas análises de conjuntura, sérias e inteligentes, que o PT sabia fazer. O que mudou no capitalismo brasileiro, no padrão de acumulação de riquezas, durante o Governo Dilma? Qual o impacto desse conservadorismo canibalesco que tomou o Congresso e parte da sociedade sobre a organização social no país? Qual a estratégia possível para o combate a essa partidarização do judiciário e da Polícia Federal que estamos vendo? São perguntas quem, ao que me parece, nem se tentou responder. Significantes e significados se embaralharam. Por um lado se diz: “a nova realidade impõ

Quebrando a ordem da cultura oficial: a ocupação do Solar da Beira, o grupo Proa e outros.

A ocupação do Solar da Beira por artistas, durante 19 dias, foi uma das coisas mais importantes, do ponto de vista da mobilização social – e, portanto, da política – que aconteceram em Belém nos últimos anos. Pena que acabou. E pena que acabou desse modo: com uma ação judicial de “retomada” (sic) de posse amparada por uma ação policial. Não precisava de tanto. E esse “tanto”, que tanto pecou pelo excesso, apenas prova a inabilidade do poder público para realizar políticas sociais, em particular políticas culturais. O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, do PSDB, não precisava desses arroubos de autoritarismo: podia negociar, deixar a galera no Solar da Beira, fazer do limão uma limonada, como se diz. Mas a pulsão autoritária está no DNA do seu partido. No que tange às políticas culturais, esse DNA é nítido. O Pará padece há cinco governos com a falta de gestão de cultura do Governo do PSDB. Com o mesmo secretário, com as mesmas figuras, com a mesma arrogância elitista q