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Mostrando postagens com o rótulo Eleições 2012 Brasil

O quadro final das conquistas partidárias

O desempenho final de cada partido. É um quadro simplesmente quantitativo, não leva em conta a diferença entre os espaços de poder conquistados e perdidos, mas ajuda a compreender o cenário geral da disputa partidária. Do site Congresso em Foco: PMDB 2008 –  1194      2012 –  1026      Desempenho:  168 prefeituras a menos PSDB 2008 –  781      2012 –  702      Desempenho:  79 prefeituras a menos PT 2008 –  544      2012 –  635      Desempenho:  91 prefeituras a mais PSD 2008 –  0      2012 –  496      Desempenho:  496 prefeituras a mais PP 2008 –  549      2012 –  468      Desempenho:  81 prefeituras a menos PSB 2008 –  308      2012 –  440      Desempenho:  132 prefeituras...

A grande vitória política do PT, que não se resume a SP

Da Carta Maior A grande vitória política que está ao alcance do PT O PT tem uma grande vitória política ao seu alcance no segundo turno das eleições municipais que ocorre neste domingo. E essa vitória não se resume à possibilidade de uma vitória de Fernando Haddad na maior cidade do país. No ano em que o conservadorismo e seus braços midiáticos sonhavam com a derrocada do partido, em meio ao julgamento do mensalão, o julgamento do voto popular subjugou o processo que pretendia colocá-lo de joelhos. O PT não só está fazendo a maior votação do país, como renovou seus quadros e está abrindo uma nova possibilidade de futuro para políticas que enfrentam grande resistência. Marco Aurélio Weissheimer O Partido dos Trabalhadores (PT) tem uma grande vitória política ao seu alcance no segundo turno das eleições municipais que ocorre neste domingo (28). E essa vitória não se resume à possibilidade de uma consagradora vitória de Fernando Haddad em São Paulo. A sua dimensão maior é de natur...

Comentando as eleições 11: O 2o turno para além dos números: recomposições para o futuro

A eleição municipal terá segundo turno em 50 das 5.568 cidades. Apesar de serem poucas, essas 50 localidades concentram 31.014.101 eleitores (22% do total do país). Dentre elas há 17 capitais e 33 grandes municípios do interior. A maioria dessas cidades fica na região Sudeste: 26. Em seguida vêm Sul (9), Nordeste (8), Norte (5) e Centro-Oeste (2). Como se sabe, o segundo turno pode ocorrer nos municípios que possuam pelo menos 200 mil eleitores. Além das 50 cidades que terão 2 o turno, outras 33 também tinham eleitores suficientes para realizar a segunda etapa caso necessário, mas elegeram seus prefeitos já no primeiro turno. A disputa será entre 15 partidos diferentes. Além do PT, PMDB e PSDB, estão envolvidos no embate PSD e PDT (em 4 cidades cada), PR (3), PSB (3), PP (3), PCdoB (3), PPS (2), e em um município: DEM, PRB, PRTB, PV e PTB. Três prefeitos vão tentar se reeleger no segundo turno: Ro­berto Góes (PDT), em Macapá; João Castelo (PSDB), em São Luís; e Elmano ...

Comentando as eleições 10: O crescimento do Psol no extremo norte não é orgânico, mas conjuntural

Conversei pelo FB com um amigo jornalista em São Paulo e ele se mostrou imporessionado com o crescimento do PSOL no Pará e no Amapá. Tendeu a interpretar esse fato como uma situação política inovadora e decorrente de um esgotamento de forças políticas tradicionais. Expliquei que não é o caso. O crescimento do PSOL no extremo norte brasileiro pode parecer um crescimento partidário orgânico, conjuntural ao cenário regional. Mas não é. São duas situações isoladas e diferentes. Em Belém, Edmilson Rodrigues, ex-prefeito petista, bem avaliado e com importante trabalho realizado, deslocou o eleitorado petista para sua candidatura. O candidato do PT, Alfredo Costa, teve apenas 3% dos votos.  Em Macapá, Clécio Luiz cresceu com base na rejeição do governador Camilo Capiberibe (PSB), transferida para sua cândida, Cristina Almeida. Em nenhum dos dois casos se trata de uma construção orgânica partidária, mas sim de uma conjuntura específica. Em relação ao grau de "novidade...

Comentando as eleições 9: Em Salvador, o pêndulo do PMDB

As eleições de Salvador, têm um tertius decisivo: o PMDB de Mário Kertész, que teve 9% dos votos. Aliado do PT a nível federal, o PMDB baiano é arqui-rival do governador petista Jacques Wagner.  Dá para esperar seu apoio? Não. Só dá para esperar um racha, no máximo. O vice presidente Michel Temer deu declarações procurando suavizar o potencial conflito. Seus esforços vão no sentido de acalmar a raiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima que, com o irmão Lúcio Vieira Lima, lidera o PMDB na Bahia, anti-petistas radicais. Kertész, seguindo a linha nacional, deverá apoiar o PT ou manter-se neutro - e já avisou que está encerrando sua vida política. A orientação da presidente Dilma é enquadrar Geddel, atualmente vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Tarefa para Temer, para quem é vital manter a paz com o PT, já que o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ainda não foi eleito presidente da Casa.  O mais legal, dessa disputa, será acomp...

Comentando as eleições 8: O laboratório Porto Alegre

Desempenho do PT nas urnas em Porto Alegre é o pior desde 1988. Apesar das entrevistas de Rui Falcão, o presidente da legenda, tentando contornar esse fato, é preciso levá-lo em conta e fazer uma análise objetiva do problema. Os 76.548 votos de Adão Vilaverde (PT) na disputa representam o pior resultado de seu partido na capital gaúcha desde 1988. Com 9,64% dos votos, Vilaverde ficou atrás de Manuela D´Ávila (PCdoB), que teve 17,76% dos votos e, ambos, perderam para José Fortunati (PDT), eleito com 65,22% (517.969) dos votos. O problema não é perder, é perder depois de ter governado a cidade por 16 anos, de 1988 a 2004. Ok, tem o desgaste natural da gestão, depois de tanto tempo. E também tem o fato de que PoA é um lugar particularmente politizado, com ampla disputa política. No entanto, a votação média do PT, nas últimas sete eleições municipais foi de 331.578 votos. Ou seja, o quádruplo do desempenho de Vilaverde. E há outro fato agravante: Em 2008 a candidatu...

Comentando as eleições 7: O caso Goiânia, escapando de contaminações

A eleição de Paulo Garcia para a prefeitura de Goiânia com 57,68% dos votos é interessantíssima, do ponto de vista da ciência política, afinal ele escapou de toda contaminação com os dois grandes escândalos midiatizados do momento, ambos centrados em sua cidade: o julgamento do mensalão e o caso Cachoeira. Sua eleição já desenha o cenário para a disputa de 2014, quando uma coalização PT e PMDB tende a se formar para retirar o PSDB do Palácio das Esmeraldas. O candidato do governador Marconi Perillo (PSDB), o deputado federal Jovair Arantes (PTB), teve apenas 14,25 %.

Comentando as eleições 6: Em Curitiba, uma vitória que também é uma derrota

Em Curitiba o PT venceu com um projeto enviesado, e sai traumatizado.  Explico: a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann obrigou o partido local a abrir mão de candidatura própria para apoiar a de Gustavo Fruet (PDT) – que só chegou ao 2 o turno no último minuto. Com a manobra, Gleisi e o marido, o também ministro Paulo Bernardo, saem na frente do governador Beto Richa (PSDB) na disputa pelo governo do Paraná em 2014. Não apenas por emplacarem seu candidato mas também por imporem ao tucano uma derrota considerável, expurgando para o 3 o lugar o seu pupilo e atual prefeito, Luciano Ducci (PSB). Para os planos de Gleisi e Bernardo, até mesmo a vitória do adversário de seu candidato, Ratinho Junior (PSC), não será uma derrota. Porém, derrota há: e é no seu próprio partido.  As bases partidárias e a militância saem do processo imensamente frustrados. Duas questões surgem daí: Cleisi e Bernardo conseguirão unificar o partido e superar esses traum...

Comentando as eleições 5: A curiosa eleição do Recife

A eleição de Geraldo Julio (PSB) para a prefeitura do Recife é um caso interessante não apenas para a ciência política mas, também, para a comunicação política . É uma aula de como eleger sucessores políticos que não afetam a marca do líder. Explico: como se sabe, são dois os tipos-ideais da política: o político que cuida de pessoas e o político que é um bom gestor.  Eduardo Campos "cuida de pessoas", mas também é um bom gestor. Seu bom trabalho político permite uma boa comunicação política. Para mim a boa comunicação política depende, radicalmente, da boa ação política. Se não, é um caso para o marketing político (e não para a comunicação política) resolver. Nesta eleição, Campos conseguiu eleger um desconhecido outorgando a ele a tarefa de ser um bom gestor e indiretamente, sugerindo que, com isso, terá mais tempo ainda para cuidar de pessoas. Os caminhos dessa construção política foram arriscados, mas demonstraram maestria de Campos: afastou-se do grande al...

Comentando as eleições 4: Rio de Janeiro e suas lições de governança

A vitória de Eduardo Paes no Rio foi histórica, a maior já registrada no Rio: 2,09 milhões de votos (64,6% do total dos votos válidos). Em 2008, o resultado também havia sido histórico. Mas Paes vencera o então candidato do PV, Fernando Gabeira, com 50,8% contra 49,1% - uma diferença mínima de 55 mil votos. A diferença destas eleições foi bem maior: Marcelo Freixo (PSOL), teve apenas 28,1% dos votos. As notícias de lá dão conta de que sua tarefa principal não está na preparação das Olimpíadas, mas na saúde, ponto fraco de sua primeira gestão e problema crônico da cidade. O trabalho já começou a ser feito, pelo secretário de saúde, Hans Dohmann, o único cuja permanência está assegurada no 20 mandato. Isso não pode ser feito sem a ajuda do Governo Dilma, o que gera um novo laboratório político para a experiência federativa brasileira. É possível repetir, na saúde, a pareceria iniciada no plano da segurança? No interior O estado do RJ tem dez cidades com mais de 2...