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Comentando as eleições 11: O 2o turno para além dos números: recomposições para o futuro


A eleição municipal terá segundo turno em 50 das 5.568 cidades. Apesar de serem poucas, essas 50 localidades concentram 31.014.101 eleitores (22% do total do país). Dentre elas há 17 capitais e 33 grandes municípios do interior. A maioria dessas cidades fica na região Sudeste: 26. Em seguida vêm Sul (9), Nordeste (8), Norte (5) e Centro-Oeste (2).
Como se sabe, o segundo turno pode ocorrer nos municípios que possuam pelo menos 200 mil eleitores. Além das 50 cidades que terão 2o turno, outras 33 também tinham eleitores suficientes para realizar a segunda etapa caso necessário, mas elegeram seus prefeitos já no primeiro turno.
A disputa será entre 15 partidos diferentes. Além do PT, PMDB e PSDB, estão envolvidos no embate PSD e PDT (em 4 cidades cada), PR (3), PSB (3), PP (3), PCdoB (3), PPS (2), e em um município: DEM, PRB, PRTB, PV e PTB.
Três prefeitos vão tentar se reeleger no segundo turno: Ro­berto Góes (PDT), em Macapá; João Castelo (PSDB), em São Luís; e Elmano Férrer (PTB), em Teresina.
Esses números conformam um gigantesco espaço de recomposição e de reconfiguração das alianças políticas. Um espaço que acaba constituindo uma plataforma de abre diálogos para as eleições de 2014 e 2016, e é assim que precisa ser visto: para além dos interesses imediatos... 

Além disso, o 2o turno se configura, também, como um espaço para a articulação das hegemonias. O que, muitas vezes, é apenas um eufemismo para uma das práticas mais centrais e dinâmicas do modelo político brasileiro: a cooptação de lideranças.


É que, no Brasil, a cooptação das lideranças e dos partidos menores parece ser condição  para a governabilidade... É som ente assim que se pode entender a heterogeneidade das alianças políticas que se faz no país.

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