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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Jornal do Brasil de volta. Mas...

Li a notícia de que o Jornal Brasil voltou a circular, na versão impressa, nas bancas do Rio de Janeiro. A notícia é agradável e surpreendente para quem gosta de bons jornais, para quem não tem mais nada para ler nos jornais que circulam hoje e para quem ainda acredita que o jornalismo tem uma função social que não é meramente instrumental. O JB foi escola e deixou uma contribuição gigantesca na vida social e cultural brasileira. Quando ele deixou de circular, oito anos atrás, muitos (eu inclusive) tivemos impressão de que a batalha do jornalismo estava perdida – porque, convenhamos, o jornalismo independente e de guerrilha, fundamental e imprescindível, não tem as armas que uma empresa jornalística de porte mais robusto e meios mais convencionais tem, em termos de penetração no imaginário social. A princípio, fico contente. Recupero um pouco da fé que a gente vai perdendo, hoje em dia, todo dia. Porém, acabo lendo que o velho JB, embora independente e pertencente a

Carnaval de 75

A foto a seguir é privadamente histórica. Os apaches nela transfigurados sou eu próprio e minha irmã, prontos para um baile de carnaval infantil. Percebam que há um sutil movimento que faço com meu ameaçador tacape. Trata-se da insinuação de uma pose que, embora discreta – e justamente por isso – pretende confirmar, às gerações futuras, a minha identidade apache. Sempre fui apache e, hoje, o confesso. Recordo perfeitamente desse dia. Eu estava orgulhosíssimo daquilo que minha mãe chamava, de modo um tanto desrespeitoso, de a minha fantasia de índio . Minha mãe não alcançava a transcendência política do momento. Tratava-se, afinal, de eu, finalmente, assumir minha identidade mais profunda e autêntica, porque eu era, como ainda sou e serei, caso não saibam, um legítimo, profundo e autêntico guerreiro apache. Pronto para morrer em combate em defesa das mulheres e dos cavalos do clã. Já minha irmã não parecia muito confiante dessa identidade. Na verdade, a decisão a respei

De volta...

Estou de volta; outra vez. As vezes tenho impressão de que mais estou de volta do que estou, realmente. Parece uma condição e uma sina: estar de volta o tempo todo. Como se a vida quotidiana só tivesse sentido na sua condição de vir-a-ser – condição prolixa e algumas vezes triste (embora não para mim, imagino), mas efetiva. Seis meses fora, desta vez. Seis meses entre Londres e Cambridge. Mil e trezentas e vinte e oito histórias a contar (catalogadas nos meus diários); mas não agora. Se disser que mudei profundamente não será verdade, mas há quem queira acreditar. Alguns me acharam magro e outros puderem perceber que perdi cabelos brancos. Não admira: seis meses longe da coordenação do Ppgcom favorecem muito a beleza de um cristão... – embora isto não queria dizer que o pobre Ppgcom seja lá um desafio desatinado... É que a vida da gente é para o que a gente é; e eu o que sou não é, exatamente, para o que me querem... E com isso disse muito: retornei mais magro, com cabelos m