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Mostrando postagens de agosto, 2010

A Cidade Sebastiana. Meu livro já está à venda.

Está chegando às livrarias e pontos de venda meu livro sobre o imaginário social a respeito do ciclo da borracha em Belém. Chama-se "A Cidade Sebastiana. Era da Borracha, memória e melancolia numa capital da periferia da modernidade". É meu trabalho de mestrado, orientado por Benedito Nunes e defendido em 1995, na Universidade de Brasília. É um trabalho no campo da sociologia da cultura, com aporte na história cultural. Nos próximos dias falarei mais a respeito.

Notas sobre o debate de ontem

1.  Domingos Juvenil transmitiu fragilidade e inconsistência. Pareceu intimidado por Fernando Carneiro e transpareceu ansiedade toda vez que aguardava a formulação das perguntas que lhe eram destinadas. Suas respostas foram vagas e sempre faziam um movimento de fuga, em relação ao tema proposto. 2. Fernando Carneiro , ao contrário, transmitiu segurança e combatividade. Demonstrou estar “amparado por uma causa justa”, tal como um templário que guerreia em nome de um Deus. Seguiu o script do PSOL: construir-se à imagem de um PT ideal. Elaborou perguntas interessantes e, por assim dizer, fez política de verdade. 3. Simão Jatene passou inconsistência. Seu partido, bem como o DEM, há muito perseveram na tática de despolitizar o debate e de se ater às superficialidades. É o estilo Duda Mendonça de fazer marketing político. Por essa tática substitui-se palavras por imagens. A proposta é transformar idéias em sensações. Tr

Alteridade em perspectiva: Alteridade e Comunicação

Participo logo mais, às 19h, no auditório setorial básico I na UFPA, de uma mesa no seminário A Alteridade em Perspectiva – Contribuições das Ciências Humanas. O tema da mesa será Alteridade e Comunicação, e ela se seguirá à mesa Alteridade e Ciências Humanas, que terá como palestrante a professora Caterina Koltai, da PUC de São Paulo. O mediador das duas mesas será o professor Maurício Souza, do programa de Pesquisa e Pós-graduação em psicologia Social da UFPA, também organizador do evento. O seminário está acontecendo desde segunda feita e tem a participação dos professores Adelma Pimentel (PPGP/UFPA), Aldrin Figueiredo (PPGH/UFPA), Ernani Chaves (DEFIL/PPGP/UFPA), Heraldo Maués (PPCS/UFPA) e Wilma Coelho (PPGED/UFPA). Eis o texto de apresentação do Seminário: Na sociedade contemporânea, marcada ao mesmo tempo pela abertura de fronteiras oferecida por tecnologias como a da internet, mas também por recorrentes episódios de intolerância étnica, de gênero ou classe social, por exemplo,

A discussão sobre bloqueio midiático feita pela CUT

Via Rede CUT: As discussões sobre estratégias de comunicação e os caminhos para furar o bloqueio da imprensa marcaram o segundo dia do encontro da Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores, nesta quinta-feira (29), na região central de São Paulo.  O secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, coordenou a mesa e lembrou aos presentes no plenário que os sindicatos não podem mais falar excluvisamente para si próprios. “Nossos inimigos são muito mais ousados e possuem maior capacidade para desinformar ou encaminhar ações que acabam dificultando o processo de comunicação. Precisamos encontrar outras formas de dialogar com a sociedade e, especialmente, com os trabalhadores.” A seguir, o jornalista e professor da (USP) Universidade de São Paulo, Bernardo Kucinski, traçou um panorama da estrutura de comunicação que o movimento sindical encontra neste período de eleições e quais ações os trabalhadores podem adotar para dialogar com a sociedade sobre suas propostas Jorn

The newsscape

Ótimo infográfico de Ross Dawson sobre os cenários emergentes em termos de produção, circulação e aceso à informação: The Newsscape .

I Encontro da Blogosfera Santarena

Vai acontecer, de 31 de agosto a 3 de setembro, o I Encontro da Blogosfera Santarena , que pretende reunir todos os blogueiros de Santarém e região para discutirem uma forma de criar uma rede social interconectando todos os blogs da região. O Encontro fará parte das atividades do II Fórum Amazônico de Software Livre - II FASOL, promovido pelo  Fórum Amazônico de Software Livre .

Banda larga à caminho

A Telebrás, estatal recriada por Lula para botar a banda larga no país, pediu ao governo R$ 1,4 bilhão para sua capitalização e para a execução do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga). Desse total, R$ 600 milhões deverão ser executados ainda este ano, prazo para que o governo leve o PNBL para cem cidades, além de 15 capitais e o DF. Esses valores ainda precisam ser aprovados pelo Congresso. O dinheiro para o plano virá do Tesouro Nacional.

A regra dos 30%

Vejam este vídeo para compreender porque a banda larga é importante para a democracia e para a liberdade de informação e, ao mesmo tempo, porque os grandes jornais não querem que ela chegue.

Política de comunicação 22: A TV Pública 3

Como disse anteontem, recentemente foi efetivada a transmissão simultânea da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), que passou a transmitir a TV Brasil. É um passo importante para a efetivação da TV pública. Como o artigo 223 da Constituição nunca foi regulamentado, a primeira vez que se definiu, com mais clareza, o que é um sistema público de radiodifusão foi só em 2007, por meio do Decreto nº 6.246 e as Medida Provisória 398, que mais tarde foram convertidos na Lei nº 11.652, de 7 de abril de 2008. Essa legislação reformula a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e diz que lhe cabe implementar a Rede Nacional de Comunicação Pública. Um ano e meio depois isso aconteceu de fato: a 3 de maio deste ano a RNPC entrou no ar em cadeia para transmitir a TV Brasil. A rede é formada por 26 emissoras: as 4 que a EBC já possuía, 7 universitárias e 15 públicas estaduais, dentre as quais a TV Cultura, do Pará. Essas 26 concessões possuem, cada uma delas, suas antenas retransmissoras ou, ai

Heranças à Esquerda 47

Esquerda brasileiras 17: O PT 7: Os trotskysmos do PT: O Trabalho. A tendência O Trabalho surgiu em 1976, com o nome de Organização Socialista Internacional (OSI). Resultava da fusão da Organização Marxista Brasileira com o Grupo Comunista Primeiro de Maio. Seu braço estudantil era o Libelu (Liberdade e Luta). O Trabalho fez um movimento impressionante, em seu processo político, de repúdio e aproximação ao PT. Nos anos 70 postura era de completa intransigência. Considerava o PT como uma “articulação burguesa”. Em poucos anos apenas, já o via como “instrumento revolucionário”. Essa mudança de posição não se deve a uma futilidade política e nem, tampouco, a uma “evolução crítica”, mas sim a uma opção tática, absolutamente pragmática. Em 1980 o grupo decidiu entrar no PT e se formar como tendência interna. A denominação O Trabalho foi adotada em 1986, depois de se chamar, durante dois anos, Fração IV Internacional.  Iniciou, em seguida, um movimento de aproximação à Articulação – aliás na

Estética, Comunicação e Cultura Contemporânea

Amanhã começa o curso que ministro neste semestre na Faculdade de Comunicação: Estética, Comunicação e Cultura Contemporânea. O curso O curso discute, em primeiro lugar, a limitação do debate sobre a Estética. Procura perceber a motivação platônico-aristotélica na colocação do problema sobre a natureza do belo pela filosofia e pelo senso comum que dela deriva. Essa motivação estaria presente tanto nos fundamentos clássicos da disciplina estética como na sociologia clássica. Vamos explicá-la, procurando destacar seu diálogo com a metafísica ocidental dominante. Em seguida, exporemos os elementos que podem fazer a crítica desse debate, procurando construir um outro referencial paradigmático para responder à indagação sobre a natureza do belo. Observaremos a presença desse referencial na tradição da alegoria e nas práticas sociais que, historicamente, escaparam à classificação fechada da Estética. Também observaremos a proximidade da Estética com a Ética (embora não, certamente, com a

Comunicação e Cultura

James Carey  fala em duas concepções distintas de comunicação:transmissão (extensão das mensagens através da geografia com o objetivo do controle) e ritual (cerimônia sagrada que une os indivíduos na comunidade e solidariedade). Na perspectiva de transmissão, o jornal vê-se como meio que dissemina notícias e conhecimento, às vezes divertissement (no original), a longa distância; na perspectiva ritual, mostra e confirma uma ideia geral do mundo, retrata as forças em luta no mundo (Carey, 1992: 20). De James W. Carey (1992).Communication as culture. Essays on media and society. New York and London: Routledge. Via Indústrias Culturais.

Chamada para publicação em mais três revistas de Comunicação

Mais três revistas na área de Comunicação estão abertas para artigos: A revista Intexto receberá até o dia 27 de setembro artigos e resenhas das áreas da Informação e Comunicação para a segunda edição de 2010. Os trabalhos deverão ser submetidos pelo SEER (http://www.seer.ufrgs.br/index.php/intexto ) mediante cadastro do(s) autor(es). A revista está qualificada como B-2 no sistema Qualis de Periódicos da CAPES. A revista Ciberlegenda, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (PPGCOM-UFF), recebe textos para publicação em outubro-novembro de 2010. O número estará dedicado ao tema “Mídia e América Latina”. Deadline em 07 de setembro de 2010. Mais informações emhttp://www.proppi.uff.br/ciberlegenda A revista Estudos em Jornalismo e Mídia, do PosJor/UFSC, está com chamadas abertas para a sua próxima edição, cujo tema é “Jornalismo e Políticas Públicas”. O número é referente ao segundo semestre de 2010, e a revista deve sair em dezembro. Qualis da rev

Política de comunicação 21: A TV Pública 2

A questão da TV pública foi bem debatida durante a Constituinte de 1988. Os progressos feitos foram muito grandes, mas até hoje quase nada do que foi determinado pela Constituição a respeito da comunicação foi regulamentarizado, ou seja, virou lei. Em relação especificamente à questão da TV pública, então, a Constituição não apenas foi desobedecida como também, a meu ver, foi ferida. Vejam só: O artigo 223 da Constituição de 1988 diz o seguinte: “Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, publico e estatal”. Tem-se aí um conceito essencial para a democratização da comunicação: princípio da complementaridade. Em outras palavras, do equilíbrio. A situação preconizada é uma comunicação que possua, equilibradamente, canais públicos, estatais e privados. Hoje observa-se, em primeiro lugar, a dominação dos canais privados e, e

Memorial do acaso 3: O Sena, a Conciergerie

Este não é o rio evocado por Heráclito. Tampouco é o símbolo de um rio, numa lâmina persa. Não é a palavra rio, mesmo se escrita pela mão vermelha de Macbeth e não é, enfim, a memória que tem, de um rio, o escravo  hebreu que só o viu uma vez, em toda a sua vida. Observo que nenhum rio passa na minha aldeia. O Amazonas caudaloso, ou o Tâmisa, nos seus labirintos. Nenhum rio profundo da África obscura e nem mesmo o Mita, pardacento e humilíssimo, que inventei numa brincadeira da infância. Quando olho para o horizonte, vejo a Aquitânia e um cego me diz que é o Ganges. E não é uma poça de água, isto que molha meus pés.

Tipo Pasolini, tipo Visconti

Assisti a Io Sono l'Amore, filme de Luca Guadagnino. A história se passa, um tanto simbolicamente, na passagem para o século XXI. Ainda que os personagens e a ambientação pertençam a esse grande estereótipo, jamais destruído, que é pertencerem a uma família italiana da alta burguesia industrial de Milão, o filme é muito interessante. Parte-se do cotidiano ritualista, algo típico a toda existência realmente burguesa e sua condição essencial de classe. Ritos meticulosos de vestir, comer, dar bom-dia, amar. Vai-se festejar o aniversário do patriarca e ele, por sua vez, pretende anunciar seu plano de sucessão na empresa da família. Tudo vai bem até aí. Sua família é legal: o filho, Tancredi, é dedicado à empresa familiar. A nora, Ema, é o modelo de esposa e mãe. Os netos, Elisabetta, Edoardo e Gianluca, são legais. Porém, chega na casa um visitante inesperado: Antonio, amigo de Edoardo, um jovem e charmoso chefe de cozinha. Então começa a desordem.  Como se sabe, as famílias realmente

Política de comunicação 20: A TV Pública 1

Um dos principais temas da política de comunicação no Brasil é a questão da TV pública. Apenas este ano foi efetivada a transmissão simultânea da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), que passou a levar a TV Brasil a cerca de 100 milhões de pessoas. Antes, o Brasil não tinha uma rede nacional de televisão, ao contrário de praticamente todos os outros países do mundo, inclusive os Estados Unidos, que possuem a PBS, um canal importante tanto pela audiência como por sua função no sistema nacional de educação. De onde vem essa incivilidade brasileira? Basicamente da prática mais incivilizada da formação econômica e social do país, que é o maldito hábito de se apropriar do bem público ou de dissimular os interesses públicos para privilegiar os interesses privados. Não havia TV pública no Brasil porque os oligopólios da comunicação não permitiam. E o Estado nunca falou mais alto sobre esse assunto. Nada contra os sistemas privados de comunicação (quer dizer, mais ou menos...), mas é n

Blog de Franssinete Florenzano é censurado

A Coligação Juntos com o Povo, encabeçada por Simão Jatene (PSDB), representou contra o blog da jornalista Franssinete Florenzano e obteve uma liminar, determinando que seja apagado o post no qual Franssinete comenta sondagem feita pelo PT, para consumo interno, que colocava Jatene à frente, na disputa eleitoral, com 2% das intenções de voto. Simão Jatene ainda demanda a condenação da jornalista a multa de R$106.410,00, o valor máximo previsto na lei eleitoral. A liminar foi expedida - pela juíza auxiliar do TRE-PA, Ezilda Pastana Mutran - sem que Franssinete tenha sido ouvida. Veja tudo no Uruá Tapera .

Heranças à Esquerda 46

Esquerdas brasileiras 17: O PT 7:  Os trotskysmos do PT: Cenário Geral. A IV Internacional foi fundada por Trostsky, em Paris, no ano de 1938. Seu documento base, o “Programa de Transição”, compreendia a experiência do stalinismo soviético como uma contra-revolução e atribuía-se a missão de liderar a proposta da revolução proletária mundial. Não obstante, as fissuras e divisões internas foram inúmeras. Um dos fatores disso, aparentemente, decorre do brilhantismo de alguns de seus membros, como Ernest Mandel e Nahuel Moreno, ou do individualismo e oportunismo de outros, como Pierre Lambert. Mandel, por exemplo, um dos mais vigorosos intelectuais marxistas do século XX e o intelectual de referência para a tendência petista Democracia Socialista (DS), chegou a ser dirigente do Secretariado Unificado (SU) da IV Internacional. Iniciou sua militância aos 16 anos apenas, na luta contra o nazismo. Após sobreviver a um campo de concentração, participou do Partido Socialista Belga, do qual foi e

Os 70 anos da morte de Trótski

Por Fuhgeddaboudit™ Leon Trótski (Ianovka, 7 de novembro de 1879 — Coyoacán, 21 de agosto de 1940) foi um intelectual marxista e revolucionário bolchevique, fundador do Exército Vermelho e rival deStalin na tomada do PCUS à morte de Lenin. Seu nome em ucraniano é Лев Давидович Троцький, que pode ser transliterado como Lev Davidóvitch Trótskii. Todavia, seu verdadeiro sobrenome era Bronstein (Бронштейн). Pelocalendário juliano, utilizado nos países de tradição ortodoxa, nasceu em 26 de outubro de 1879. Nos primeiros tempos da União Soviética desempenhou um importante papel político, primeiro como Comissário do Povo (Ministro) para os Negócios Estrangeiros; posteriormente como criador e comandante do Exército Vermelho, e fundador e membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética. Afastado por Stalin (ou Estaline) do controle do partido, Trótski foi expulso deste e exilado da União Soviética, refugiando-se no México, onde veio a ser assassinado por Ramón Mercader, um agente de

Precisamos falar sobre o BNDES 4

Ditas essas coisas, amos à questão que realmente me interessa: Qual tamanho vai ter o BNDES no governo Dilma? Dilma declarou pensar que o BNDES não precisa ter “esse tamanho” todo que precisou ter em 2008 e que isso aconteceu por causa da crise. Justifica o apoio do Tesouro ao banco como parte da estratégia de conter o avanço da crise por meio do choque de crédito que vimos e que, afinal se revelou correto. Porém, também indica que o banco tem um "papel amplo".  Pessoalmente, nao gosto dessa expressão. "Papel amplo" é sinal de falta de concentração, de estrabismo ou de identidade pernóstica. Se tudo indica que o BNDES, não será, no governo Dilma, o baita-funding que foi de 2008 para cá, faltam elementos, ainda, para termos garantias de que olará a ser o que deve ser: um banco financiador do desenvolimento público e de interesse social. A mensagem de ambivalência que Dilma está passando tem um endereço certo: a rede de bancos privados, que almeja ser acalmada sobre

Precisamos falar sobre o BNDES 3

De fato o banco apresenta uma margem de lucro impressionante. Ele fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 3,6 bilhões, o que significa uma alta de 408,6% na comparação com os R$ 702 milhões do período janeiro a junho do ano passado. Segundo o balanço do banco, o principal fator para este desempenho foi a receita com reversão para risco de crédito, de R$ 1,9 bilhão, decorrente da recuperação de créditos, no valor de R$ 2 bilhões. A carteira de crédito da instituição de fomento alcançou R$ 317 bilhões, tornando a instituição responsável por 20,5% da oferta nacional de crédito em junho de 2010, com crescimento de 11,7% no total de ativos de crédito em comparação ao final do ano passado. Em 30 de junho, 82% do saldo de operações de crédito eram de longo prazo. Mais animador que isso, só o patrimônio líquido do BNDES, de R$ 30,6 bilhões.

Precisamos falar sobre o BNDES 2

A defesa do Banco veio do governo, obviamente. Segundo o ministro da fazenda, Guido Mantega, o PIB teria caído 3% em 2009 caso o BNDES não tivesse feito essa operação e, por meio dela, compensado a escassez de crédito.Os R$ 180 bilhões adicionais de capacidade de empréstimos do BNDES geram potencialmente R$ 360 bilhões de atividade econômica, que propiciam uma receita tributária da ordem de R$ 72 bilhões, considerando, também de forma bastante conservadora, um carga tributária média de 20%. O governo também disse que é preciso considerar um outro aspecto d a atividade do BNDES: o de que ela é lucrativa. Somente em 2009 gerou o lucro líquido de R$ 6,7 bilhões, depois do pagamento de Imposto de Renda. E o Tesouro Nacional é beneficiário de grande parte desse lucro, na forma de dividendos.

Precisamos falar sobre o BNDES 1

A atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem sido alvo de uma série de questionamentos, especialmente no que se refere a um alegado subsídio embutido nos empréstimos ao setor privado. O banco teria, nos últimos dois anos, emprestado um montante de R$ 168 bilhões para 12 empresas, entre elas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht, Vale, Votorantim, JBS, Petrobras, Eletrobrás, Alcoa. Um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo indicou que isso representa 57% do total dos recursos investidos pelo banco em 2008. Como os empréstimos do BNDES são corrigidos pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 6% ao ano, e a dívida pública é regida principalmente pela Selic, a taxa básica de juros, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), hoje em 10,75%, a diferença se configuraria em um subsídio ao setor privado. Perguntas que ocorrem: qual é mesmo a função do BNDES? Esse dinheiro não deveria financiar o setor público? Está certo f

A invenção de uma cidade 4

Com a nova igreja construída, pode-se demolir a antiga. Em seu lugar surgirão novos espaços comerciais. Porém, desta feita, serão espaços comerciais destinados ao convívio social, como banca de revista, livraria, tabacareia, cafeteruia,m lanchonete, etc. E bem na frente deles, formando um quadriláterio com a igreja e a escola, surgirá uma praça . Entre os dois espaços comerciais, tem-se, também, um estacionamento. O projeto está pronto. Vai abrigar 70 famílias e fabricar um passado. Um tipo de alegoria... A nova cidade reivindica o passado, enquanto que a antiga reivindicava um certo futuro. Revejam as imagens iniciais. Coisas da pós-modernidade.

Exposição de Maria Christina

Abriu ontem, no Espaço Cultural do Banco da Amazônia a nova exposição da fotógrafa Maria Christina, “Álbum de Família”. As 25 imagens exibidas pretendem compor um relato visual cujo mote é a discussão sobre o vínculo e suas formas: o afeto, o diálogo, a memória... A curadoria é de Jorge Eiró.  

Para ler os jornais

Via  oesquema.com.br : Um excelente gráfico, que poderia ser colado na capa de todos os jornais.

10 tendências de tecnologia

Via Blog do Alencar : A McKinsey Quartely, jornal de negócios da McKinsey & Company, divulgou artigo em que relaciona 10 tendências de tecnologia que devem estar no radar dos estrategistas das empresas para geração de novos modelos de negócios. O relatório pode ser acessado clicando aqui .

A resposta de Franklin Martins a Serra

Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, refutou, em nota oficial a acusação de José Serra (PSDB), de que o governo federal cerceia, constrange e censura a imprensa brasileira. Penso que é preciso desmascarar toda tentativa de disputa política baseada no terror e na mentira e que há somente duas maneiras de fazer isso: divulgação resposta objetiva e clara e ação judicial. Preferencialmente as duas juntas. A baixo a íntegra da nota: O candidato do PSDB a presidente da República, José Serra, acusou hoje (19/8) o governo federal de cercear, constranger e censurar a imprensa. Trata-se de uma acusação grave e descabida, sem qualquer apoio nos fatos. A imprensa no Brasil é livre. Ela apura – e deixa de apurar – o que quer. Publica – e deixa de publicar – o que deseja. Opina – e deixa de opinar – sobre o que bem entende. Todos os brasileiros sabem disso. Diariamente lêem jornais, ouvem noticiários de rádio e assistem a telejornais que d

Registros de terra cancelados corresponderiam a 89% do Pará

De acordo com o corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, se 6.102 registros irregulares de terra no Pará, anulados nesta quinta-feira pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), fossem todos verdadeiros, esses 110 milhões de hectares de terra corresponderiam a 88,7% de toda a área do Estado. De acordo com Dipp, quem teve a matrícula anulada deverá provar que sua situação está regular. Segundo Dipp, a anulação dos registros não implicará na perda de posse das terras ocupadas. Entretanto, fica impedida qualquer tipo de transação em relação aos títulos, o que inclui a obtenção de empréstimos bancários no quais os títulos eram dados como garantia de pagamento. No entanto, ele não soube dizer o que ocorrerá com os empréstimos que já foram tomados com os registros irregulares. Via Portal Terra.

O peso dos impostos

Para se ter uma ideia dos níveis de espoliação a que o Brasil está submetido, vai aqui uma tabela, elaborada pelo economista Amyr Kahir para FIESP com o peso dos impostos sobre a renda dos brasileiros, por classe de renda : Ganhos até 2 salários mínimos : 48,89 da renda familiar são consumidos por impostos e tributos. Mais de 2 até 5 SM : 35,9% Mais de 5 até 10 SM : 31,8% Mais de 10 até 15 SM : 30,5% Mais de 15 até 20 SM : 28,5% Mais de 20 até 30 SM : 28,7% Mais de 30 SM : 26,3%.

Política cultural 15: Economia da Cultura 5

Bom, cheguemos ao “o que tem que ser feito” – sem o qual não se vai ao longe. Para ir direto ao ponto, o desenvolvimento da economia da cultura exige o seguinte: análise de cadeias potencializadas, financiamento, legislação, capacitação, regulação e investimento em branding (criação de identidade) associado a estratégia de marketing. A coisa começa com a identificação das vocações locais, regionais. E isso tem que ser feito via discussão popular. Os especialistas não devem ter, aí, papel preponderante. É preciso fazer assim para, em seguida, construir pactuações, unindo as pontas do esquema: Governo, Mercado, Empresa, Fruidor. Bom, chamei fruidor porque chamar de consumidor para quem assiste a um show é muito barra pesada... Das pactuações se passa às agendas. Agendas para o desenvolvimento dos segmentos mais dinâmicos e estratégicos. Uma das primeiras etapas desse agendamento é a qualificação, a capacitação de empresas e produtores, de forma a const

Tráfico de influência? Confissão?

Incrível, inacreditável mesmo, a falta de decoro de Wilson Figueiredo Jr., responsável pela gestão de três hospitais públicos regionais e que é filho do secretário de estado de Administração. Num comentário enviado ao blog da jornalista Franssinete Florenzano ele declara, como se não fosse nada, que usará, sempre que preciso, a "força política" de alguém para abrir as portas que precisar. Uma frase, no final do seu comentário, tem certo ar impudico de quem vê o patrimônio público como uma benesse política: "Você sabe como as coisas funcionam"... Muitos gostariam, certamente, de lhe perguntar: que coisas, exatamente? Estaríamos falando de tráfico de influência? O detalhe complementar e que dá um tom realmente sórdido a essa fala tão lamentável é de que a "força política" que Wilson Figueiredo Jr se refere vem a ser não outro que o ex-deputado Luiz Afonso Sefer, condenado a 21 anos de reclusão por estuprar uma criança de 9 anos, seu cunhado. A íntegra da fal

Serra, o espanta-votos

O Estado de S. Paulo trouxe hoje uma matéria que mostra claramente como já se tornou um consenso que José Serra vai perder as eleições. O jornal acompanhou todos os programas eleitorais, em todos os estados basileiros e observou o seguinte: Serra, o tucano, só apareceu ou foi citado em quatro estados, enquanto Dilma o foi em 17 e o presidente Lula em todos, exceto Roraima, Tocantins e Espírito Santo. Serra tornou-se mesmo um espanta-votos.

Porque o programa de Dilma foi melhor

O jornalista Luiz Carlos Azenha explica muito bem, no blog Viomundo, porque o programa eleitoral de Dilma foi excelente: Trinta anos de experiência como repórter de TV me permitem dizer que televisão é emoção e calor humano. Se a internet se baseia na escrita e, portanto, é o meio da razão, na TV as palavras são subsidiárias. Elas se prestam apenas a sustentar o que vemos na tela. Michael Deaver, o marqueteiro do presidente Ronald Reagan nos anos 80, costumava dizer — para desespero dos jornalistas que eram setoristas na Casa Branca — que não se importava com o texto das reportagens de TV sobre Reagan, desde que ele controlasse as imagens. E ele controlava. As aparições de Reagan eram milimetricamente organizadas para ressaltar o melhor ângulo, a melhor luz e um cenário que reforçasse as palavras do presidente. Curiosamente, o septuagenário era vendido como um jovem a energizar um país que lidava com a sindrome da decadência relativa. O “vigor” de Reagan não derivava de seu estado de s