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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Nem eu

"Eu não conseguia responder a nenhuma das suas perguntas. O nome das árvores e das aves, a sua classificação por ordens, para onde voam os pássaros, de que lado nasce o sol, quando há mais orvalho – tudo isso eu ignorava". Isaak Babel , Contos de Odessa e outros.

Desabamento do prédio: a hora não é para evocar Deus, é para ter pragmatismo

A semana começa com o gosto amargo do acidente de sábado com o prédio da Real. E deve ser assim, para que a indignação geral ajude a cobrar mais da frente de resgate, da construtora e do poder público. Os fatos precisam ser apurados, mas não serao, se depender da experiência geral de Belém, cidada acostumada a esquecer e a, em geral, não agir coletivamente. Achei o tom da coletiva dada pelos proprietário da construtora Real, a responsável pela obra, meramente afetivo. É preciso objetividade, neste momento. O momento não é de evocar Deus, é de sistematizar a relação de causas possíveis para o acidente, integralizar a relação das vítimas – desaparecidos e desalojados – e relacionar todas as providencias que estão sendo tomadas. Tudo segue muito disperso. A imprensa cobre o assunto muito envolvida pela tragédia. Repórteres com olhos assustados, câmeras em incontidos movimentos de zoom e páginas de jornal com retrancas puxadas. Precisamos de pragmatismo e de respostas. Precisamos saber

Cartas de Lisboa 6: Dia de São Martinho

D ia de São Martinho Felipe Horácio-Castro   Minha primeira esposa tinha a magestade tranqüila dos carnívoros indiferentes. Não amava-me. Casou-se porque eu muito insisti que queria e que queria. Acho que por pena. Triste, não? De qualquer forma, o casamento foi breve, graças a Deus. Num acesso de cansaço e torpor apanhei duas camisas, meus três volumes das obras completas de Machado de Assis, meus quatro Dalcídios, já enrabiscados, coitados, e fugi de casa. Ela não entendeu nada e nem eu consegui explicar. Dirigi até Cintra e me escondi numa espelunca como se a polícia fosse aparecer para me pegar. Depois, como num filme de espionagem, vendi meu carro por uma bagatela e peguei o primeiro avião para Madri, onde vivi durante um ano sem dar notícias. Deixei tudo para trás. E só voltei porque minha madrinha, que é dessas mulheres cuja expressão dos olhos sugere, permanentemente, que compreende a essencial fraqueza masculina, me deu garantias de que a ex-esposa não quereria me ver nem

Brevíssima história de 40 anos de políticas neoliberais

Via blog Tudo em Cima, reproduzo o artigo de Marshall Auerback, da SinPermiso, publicado originalmente no Brasil pelo site da Carta Maior Brevíssima história de 40 anos de políticas neoliberais Marshall Auerback Um assíduo leitor de New Deal 2.0 faz uma aguda questão: “Há uma questão que nunca consigo responder. Muitos especialistas dizem que a ideologia neoliberal iniciou nos anos 80 com Reagan, Thatcher e a Escola de Chicago. Mas sigo sem entender o que tornou possível esse giro na economia política. Que elementos, que novas forças nos anos 80 podem explicar essa mudança ideológica e as desigualdades que a seguiram?" Todos esses temas são muito dignos de exploração e eu, quero dizer desde logo, não posso fazer justiça a eles com uma resposta de duas linhas. É melhor recomendar o soberbo livro de Yves Smith, Econned. O livro proporciona uma excelente explicação histórica do modo como algumas teorias infundadas, mas amplamente aceitas, levaram à execução de políticas que geraram o

Para ter o que pensar, numa tarde de sábado

Amanhã no blog: Cartas de Lisboa

Amanhã retorna ao blog nosso correspondente em Lisboa, Felipe Horácio-Castro. Sugiro leitura prévia nos seguintes posts: Cartas de Lisboa 1: Mamadu trata do seu mal Cartas de Lisboa 2: De provérbio em provérbio Cartas de Lisboa 3: A cidade onde nada acontece Cartas de Lisboa 4: Um sábado alegre Cartas de Lisboa 5: Ossos do ofício

Justiça estabelece prazo para Ibama apresentar dados que justifiquem a licença para Belo Monte

O  juiz federal Ronaldo Desterro notificou o  Ibama, o BNDES e a Norte Energia a apresentarem,  até a próxima semana, as informações precisas nas quais baseiam a licença ambiental que autoriza a abertura do canteiro de obras do empreendimento. Essas informações não existem. Se existissem, teriam sido apresentadas publicamente e teriam sido acrescentadas à licença concedida pelo Ibama para a abertura do canteiro de obras. O estabelecimento de prazo é uma concessão protocolar, necessária ao prosseguimento da ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal, que pede, liminarmente, a suspensão da licença parcial ou fragmentada concedida na última quarta-feira pelo Ibama para instalação do canteiro de obras da hidrelétrica. O problema é que a licença expõe a fraqueza do processo e derruba, moralmente, a usina de Belo Monte e o Ibama. Afinal, são 29 condicionantes que não foram cumpridas, além de quatro foram realizadas parcialmente e, ainda, 33 num estado de "não-informa

Instigante: por que o governo Jatene considerou sua reunião com a Cargil como "extremamente" promissora?

Nota emitida pela Secom, na 5a feira, descreveu a reunião ocorrida entre o governador Jatene e o g erente de portos da Cargil, Clythio Back van Buggenhout, como  como um "encontro extremamente promissor". A nota acrescenta que a expressão foi usada pelo próprio governador para definiu o encontro. É preciso fazer um comentário a respeito: A Cargil opera, no estado, sem licença ambiental. Seu terminal, em Santarém, gera um ônus social que há sete anos é questionado pela sociedade. Obviamente que é necessário o governo dialogar com a empresa, mas a sociedade precisa saber em que base e a partir de que princípios e compromissos esse diálogo está sendo realizado.  Durante o primeiro governo Jatene a Cargil se instalou no estado e possibilitou, um processo de facilitação da transformação da mata em zona de plantio de soja. O primeiro governo Jatene acompanhou passivo, absolutamente passivo, esse processo. Felizmente o Governo Federal estabeleceu o impedimento legal para a ampli

A saída de Tião Miranda do governo Jatene

Depois da saída de Said Xerfan da Secretaria de Esporte e Lazer, afastado do cargo por estar na lista negra do Tribunal de Contas da União, esperava-se que o próximo membro do primeiro escalão do governo a cair fosse o superintendente da Fundação Cargos Gomes, envolvido em denúncia de improbidade que estão sendo apuradas pelo Ministério Público do Estado. Porém, numa atitude inesperada, o secretário de Obras Públicas, Tião Miranda resolveu, repentinamente deixar o caso. O governo ainda não tem um mês.  As desculpas, como no caso de Xerfan, são insólitas. O ex-prefeito de Marabá alegou que  o órgão está "muito desorganizado" e que ele nada conseguiria fazer. É meio ridículo isso. Aliás, caberia uma nota explicativa do deputado Chicão, do PMDB, que  ocupou o órgão durante quase os quatro anos anteriores. Há um componente ciclotímico em Tião Miranda, como é sabido, mas isso não foi suficiente nem para ele deixar (repentinamente) a prefeitura de Marabá e nem (repentinamente)

Caso Cerpa expõe governo Jatene no noticiário nacional

O blog Perereca da Vizinha, da jornalista Ana Célia Pinheiro, trouxe novamente à tona o escabroso caso Cerpasa. Sugiro que acompanhem o que foi escrito lá. O assunto está pontuado clara e didáticamente e novos dados estão sendo acrescentados, desvelando cada vez mais o escândalo tucano. O assunto está ganhando o noticiário nacional. O blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, começou a tratar do assunto e, agora, chegou a vez do blog Amigos do Presidente Lula, que diz o seguinte: O governador tucano do Pará, Simão Jatene, pode ser a bola da vez entre os governadores que caem por envolvimento em escândalo de corrupção, seguindo os passos de José Roberto Arruda (ex-DEMos/DF). O motivo é o processo 2007.39.00.009063-6 no Tribunal Regional Federal do Pará, contra o governador demo-tucano e outros. Trata-se de um inquérito policial que apura: - Corrupção Passiva; - Crimes contra a administração pública; - Falsidade Ideológica; - Crimes contra a fé pública; - Corrupção ativ

Entrevista com um blogueiro egípcio

Reproduzo uma entrevista concedida pelo egípcio  Hossam el-Hamalawy, jornalista e blogueiro, sobre os atuais acontecimentos no Egito. Ela foi concedida a Mark LeVine, da Al-Jazeera e publicada em espanhol, de onde a retiro, pelo R ebelion.org: Hossam el-Hamalawy, es un periodista y bloguero del sitio 3arabawy. Mark LeVine, profesor de la Universidad de California Irvine, logró contactar a Hossam a través de Skype para conseguir un informe de primera mano sobre los eventos que se desarrollan en Egipto. Mark LeVine: ¿Por qué fue necesaria una revolución en Túnez para sacar a los egipcios a las calles en cantidades sin precedentes? Hossam el-Hamalawy: En Egipto decimos que Túnez fue más un catalizador que un instigador, porque las condiciones objetivas para un levantamiento existían en Egipto y durante los últimos años la revuelta estaba en el aire. Por cierto, ya logramos tener dos mini-intifadas o “mini-Túnez” en 2008. La primera fue un levantamiento en abril de 2008 en Mahalla, seguid

10 vídeos para entender a profissão de jornalista 5

Continua amanhã.

Portal do Software Público Brasileiro

Na quarta-feira da semana passada, 19 de janeiro, o governo federal publicou no Diário Oficial da União a primeira versão da Instrução Normativa do Software Público Brasileiro - a Instrução Normativa 01/2011, que  traz mais segurança para a manutenção e desenvolvimento de todo o processo que é realizado pela Administração Pública, como as políticas de registro e usabilidade dos softwares. A IN foi elaborada nos dois últimos anos com a colaboração dos coordenadores das comunidades do Portal SPB e da Consulta Pública junto à sociedade brasileira.  Ela é uma garantia a mais para os brasileiros utilizarem os programas disponíveis no Portal do Software Público Brasileiro .  O portal é uma iniciativa pioneira no mundo. Foi criado em 2007. É um modelo de licenciamento e gestão que compartilha, de forma gratuita com qualquer cidadão, os programas criados pelo Governo e a rede de parceiros, como empresas. É um elemento estratégico para os projetos de governo eletrônico (e-Gov) e de inclusão d

Sobre a crise no Egito, do The Independent

Egito: o dia do acerto de contas 28/1/2011, Robert Fisk:  The Independent , UK Dia de orações ou dia de ira? Todo o Egito está à espera do sabbath muçulmano hoje – para nem falar dos assustados aliados do Egito –, enquanto o envelhecido presidente do país agarra-se ao poder depois de noites de violência que já fazem os EUA duvidarem da estabilidade do regime de Mubarak. Até agora, há cinco mortos e mais de 1.000 presos, a polícia bateu em mulheres e, pela primeira vez uma das sedes do Partido Nacional Democrático reinante foi incendiada. Aqui, os boatos são perigosos como granadas de gás lacrimogêneo. Um diário do Cairo publicou que um dos principais conselheiros do presidente Hosni Mubarak fugiu para Londres com 97 malas de dinheiro; outros falam de um presidente enfurecido, que grita com os comandantes da polícia, exigindo mais força na repressão das manifestações. Mohamed ElBaradei, líder da oposição, Prêmio Nobel e ex-funcionário da ONU retornou ao Egito ontem à noite, mas ninguém

A cultura digital na gestão de Gilberto Gil

Muito bom este trabalho, uma dissertação de mestrado sobre a cultura digital na política cultural de Gilberto Gil, quando ministro da cultura, que reproduzo em slideshare: “Com quantos gigabytes se faz uma jangada, um barco que veleje”: o Ministério da Cultura, na gestão Gilberto Gil, diante do cenário das redes e tecnologias digitais View more documents from Culturadigital .

Alguns números do CNPq

Em 2011, o Conselho Nacional de Pesquisas - CNPq - completa 60 anos. Fora do meio acadêmico se conhece pouco sobre essa instituição tão importante para a ciência e tecnologia no Brasil. Alguns dados: O CNPq, foi criado pela lei nº 1.310, de 15 de janeiro de 1951, com a missão de fomentar pesquisas e a formação de pesquisadores. Foi o primeiro passo para a formação de um sistema de financiamento da pesquisa científica e tecnológica no Brasil. No mesmo ano foi criada a Capes, no ano seguinte a Fapesp, em 1967 a Finep e, em 1985, a do Ministério da Ciência e Tecnologia. O Brasil forma mais de 11 mil doutores por ano e produz 2,7% da ciência mundial. A plataforma Lattes do CNPq tem uma base com 1,7 milhão de currículos, sendo 135 mil de doutores e 237 mil de mestres.  O CNPq cadastra 27 mil grupos de pesquisa no seu Diretório de Grupos de Pesquisa. Em 2010, foram atendidos 80 mil bolsistas; investidos R$ 1,85 bilhão em formação de recursos humanos e fomento à pesquisa e avaliadas 74 m

A declaração do ministro das Comunicações sobre a licença que autoriza as teles a explorarem exibição de conteúdo

O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) disse ontem que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) estuda conceder uma licença única para empresas de telefonia oferecerem acesso à internet via banda larga, TV a cabo e telefonia fixa e móvel. A medida, segundo o ministro, depende de alteração da LGT (Lei Geral de Comunicações) pelo Congresso, uma vez que hoje as teles não podem ter TV a cabo. No ano passado, porém, a Anatel decidiu que as teles podem ter TV a cabo, mas a regulamentação da agência para permitir isso ainda não foi publicada. Ou seja, essa possibilidade pode existir sem passar pelo Congresso. A votação no Parlamento tornaria apenas o processo menos tumultuado. Outra alternativa para garantir que as teles entrem no mercado de TV a cabo, é o governo revogar a lei do cabo ou criar um serviço de TV por assinatura que não seja alcançado pela restrição da lei. Atualmente, no Brasil, para operar todos os serviços de telecomunicação - que incluem a transmissão de dados, voz,

Direitos autorais, complicações, etc...

O que chamam por aí de "direito autoral" é a grana paga por um bar, uma rádio ou um outro músico num show cada vez que executa um CD ou um DVD editado por um outro músico - na verdade por uma empresa, que paga um troco a esse outro músico para explorar os direitos autorais que seriam dele. Complicado, não é? É. Quem controla isso é a Ecad, uma entidade supra-poderosa, onipresente e onisciente, que diz quantas vezes cada música foi tocada, diz quanto se paga por isso e repassa a grana arrecadada ao detentor do "direito autoral" - que, no caso, é a gravadora, a produtora e, eventualmente, apenas eventualmente, o intérprete, o compositor e os músicos. Ok, continua complicado. Mas sabem o que seria simples? Para mim o seguinte: quem tem que pagar o tal do "direito autoral" é a gravadora que imprimiu os CDs e os DVDs. A taxação deveria ser sobre a reprodução técnica, e não sobre a execução da obra.

A ação do MPF contra Belo Monte

A principal notícia de ontem foi que o Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) ingressou na Justiça com um ação civil pública contra a licença ambiental concedida, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), para a instalação do canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte. Igualmente importante é a exigência, pelo MPF, de que a empresa Norte Energia cumpra todas as 40 condicionantes (26 das quais relacionadas aos direitos indígenas) que lhe foram impostas pela Licença Prévia 342/2010. A licença concedida pelo Ibama autorizava a empresa a desmatar 238 hectares na área onde será construída a usina. Meu comentário : Sou favorável à exploração hidrelétrica do Xingu e considero o plano de Belo Monte, pelo que conheço dele, um avanço em relação a outras hidrelétricas. Porém, ainda assim, é evidente, diante de tantas perguntas sem respostas, que há muitos problemas a resolver, ambientais e sociais. Belo Monte não pode ser para "já". É preciso completar os estudos

Agora o Iêmem, daqui a pouco a Jordânia

Tunísia, Argélia, Líbano e Egito - e agora o Iêmem - estão nas ruas. Manifestações contra os governos desses países estão tomando o mundo árabe. Ontem, cerca de 16 mil manifestantes saíram às ruas de Sanaa, capital do Iêmen, pedindo a saída do presidente do país, Ali Abdullah Saleh. Ele está no poder há 31 anos. A manifestação é liderada por membros da oposição e jovens ativistas. Na Jordânia, o rei Abdullah II se antecipou à iminência do início de manifestações e pediu, ontem, ao Parlamento e ao governo que acelerem as reformas políticas, econômicas e sociais. Partidos da oposição sindicatos e ativistas programaram para a sexta-feira mais um protesto para pedir mudanças no país.

A farra das pensões vitalícias

É bom que o assunto esteja sendo debatido, porque desenterra absurdos, como a "bolsa Tiradentes" , pensão vitalícia dada pela ditadura, em 1969, aos que seriam os "últimos três trinetos" do "mártir da Independência". Ou o caso do ventríloquo do Amazonas que, desde 2001, também recebe sua pensão. A "bolsa Tiradentes", vejam só, é um caso maluco. Sobrou uma trineta recebendo até hoje o benefício, que, a despeito de ser pequeno - 2 salários mínimos - está sendo requerido na justiça por mais de 200 pessoas que também se consideram descendentes de Tiradentes. Que coisa. No Amazonas ainda recebem pensão os poetas Luiz Bacellar e Thiago de Mello, o cantor e compositor Francisco Ferreira da Silva, o Chico da Silva, o ex-deputado estadual Paulo Pedraça Sampaio, o ex-vereador Moisés Pantoja de Lima e filhos do líder do movimento negro no Amazonas, já morto, Nestor José Soeiro Nascimento. Em relação aos três artistas (e mais o ventríloquo), penso que se co

Mídia versus democracia

Reproduzo artigo do cientista político Luiz Marques, sobre a questão da democratização da comunicação, publicado no sítio Carta Maior: América Latina: mídia versus democracia Luiz Marques Sexo não é mais tema tabu, embora José Serra na última campanha tenha procurado englobar em um obscurantismo pautas correlatas: a livre orientação sexual, uma opção individual, e a prática do aborto, um problema de saúde pública. A picardia funcionou para associar a direita nativa às correntes internacionais extremistas do conservadorismo e catalizar o apoio de alas ultra-retrógradas, como a católica Opus Dei. Com o que, a candidatura do “bolinha de papel” atingiu o preocupante patamar de 43% dos votos no segundo turno, tendo por pano de fundo a herança cultural excludente e elitista do país.  Hoje, a censura da mídia patronal não recai sobre “a moral e os bons costumes”, mas sobre os esforços de democratização da América Latina. O bloqueio contumaz esconde os avanços no combate às desigualdades socia