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Mostrando postagens de março, 2016

O enfeudamento da UFPA

O processo eleitoral da UFPA apenas começou mas já conseguimos perceber como alguns vícios da vida política brasileira adentraram na academia. Um deles é uma derivação curiosa do velho estamentismo que, em outros níveis da vida nacional, produziu também o coronelismo: uma espécie de territorialização da Academia. Dizendo de outra maneira, um enfeudamento dos espaços. Por exemplo: “A faculdade ‘tal’ fechou com A!” “O núcleo ‘tal’ fechou com B!” “Nós, aqui, devemos seguir o professor ‘tal’, que está à frente das negociações…” Negociações… Feitas em nome dos interesses locais e em contraprestação dos interesses totais de algum candidato à reitoria. Há muito se sabe que há feudos acadêmicos na universidade pública e que aqui e ali há figuras rebarbativas empoleiradas em tronos sem magestade, dando ordens e se prestando a rituais de beija-mão. De vez em quando uma dessas figuras é deposta e o escândalo se faz. Mas não é disso que estou falando: falo menos do feudo e mais do enf

A Narcolepsia Coletiva

Reproduzo minha fala de ontem no debate "Mídia, poder e democracia: Esfera pública e crise política no Brasil", promovido pelo Mestrado em Comunicação, pela Faculdade de Comunicação e pelo Caco, o Centro Acadêmico de Comunicação da UFPA, ocorrido no auditório do Instituto de Letras e Comunicação. A Narcolepsia Coletiva Fábio Fonseca de Castro Quero começar colocando claramente a minha posição a respeito de uma série de questões que estão em jogo, neste momento, na vida brasileira: Repudio todo ato de corrupção e acredito que toda suspeita de corrupção deve ser investigada e, se comprovada, punida. Repudio toda e qualquer forma de cerceamento das liberdades de expressão, do direito à associação e à manifestação pública; Repudio toda e qualquer forma de abuso do poder e de abuso das prerrogativas institucionais por parte de qualquer pessoa investida de autoridade e responsabilidade públicas, em especial do abuso de poder e de prerrogativas cometidos pelo poder jud

Mídia, poder e democracia: Esfera pública e crise política no Brasil

Programação de última hora, mas importante para não perder o momento. Convido a todos:

Hoje é dia de vir para a rua

Tem dias que valem por anos inteiros e hoje é um deles. Independentemente da chuva, hoje é dia de estar na rua para conter a marcha golpista em curso. Não é possível ficar cego ao que está acontecendo e nem temos direito de vacilar diante da necessidade de defender o estado de direito, a Constituição e a democracia. Não se trata, simples ou exclusivamente, de defender o governo Dilma ou o Partido dos Trabalhadores. Trata-se de defender a democracia e a República. Precisamos nos mobilizar para conter essa escalada de intolerância e de ódio que não hesita em se sobrepor às conquistas sociais e à democracia, ainda frágeis, mas valiosas e em nome das quais muitas pessoas morreram e sofreram. Hoje é preciso vir para a rua e resistir. Vir a rua e mostrar que não vamos nos acovardar e nem trair a nossa história. Vir para a rua e mostrar que, em caso de golpe, haverá resistência. Em Belém, concentração às 17h, na Pça da República. Na imagem: manifestantes no Pará, vindo em direção de Belé

Crime de lesa-pátria. Cabe aplicação da Lei de Segurança Nacional

Crime de lesa-pátria. Cabe aplicação da Lei de Segurança Nacional: um juiz de primeira instância autoriza grampos na presidência da República com intenção de, seguindo sua perspectiva ideológica, provocar o caos na nação e favorecer um golpe de estado? Uma instituição, a Política Federal, prossegue com os grampos mesmo após ser informada da sua suspensão numa atitude igualmente golpista? Uma emissora de televisão com concessão pública semeia o pânico e a desordem dando eco a esse movimento golpista? Juiz Moro detido imediatamente. Comando da Polícia Federal detido imediatamente. Rede Globo lacrada imediatamente! ‪#‎ MoroExonerado‬  e  ‪#‎ GloboCassada‬

Dia 18, todos na rua!

O tempo não é para ficar em casa. Faça chuva ou sol, a hora é de estar na rua.  Uma única coisa pode conter a excitação golpista e antidemocrática que,  c om apoio da mídia,  c om uma tru c ulên c ia sem limites, toma  c onta das elites do país: a rua. A rua sempre foi e permane c e maior que as elites. Precisamos estar na rua no dia 18 para defender a democracia e as conquistas históri c as dos últimos anos.  Bem mais que defender o go v erno Dilma ou o PT, precisamos defender a liberdade, o bom senso, o respeito pelas leis e a demo c racia. Dia 18, em Belém, será na Praça da República, em frente ao Bar do Parque, às 17.

Desonestidade, tecnologia, Reitoria...

Na minha aula de hoje, no mestrado em Comunicação, comentei a respeito da percepção heideggeriana dos efeitos da técnica sobre a coesão social e a produção das consciências. O tema é caro a todos os alunos de comunicação. Para nós é central perceber como as tecnologias falseiam, necessariamente, a inteligência. Perceber como as tecnologias instrumentalizam o mundo e a realidade, a serviço dos interesses contingentes. As analogias entre a denúncia da razão instrumental, presentes na teoria crítica frankfurtiana e a – antípoda e inconciliável – percepção fenomenológica dos efeitos da tecnologia sobre o senso comum e a quotidianidade são evidentes e costumam propiciar debates memoráveis na Comunicação. Por pudor, não coloquei, em aula, o exemplo que me vinha a mente. Fora da aula – habermasiana e frankfurtianamente disperso no espaço público - coloco-o agora. Ainda indignado. E uso das palavras do professor Renato Francês, igualmente indignado mas sabedor das artes da ironia

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de