Não devo ter muito direito de dizer o que segue, porque minha compreensão do problema não é, senão, transcendental ao fato, considerando a elementaridade de que homens podem ter o poder, mas, jamais, terão legitimidade para dar sua opinião sobre o assunto. Não obstante, como sou um ser opiniático e reflexivo, não me recuso a não dizer o que penso. Falo a respeito do aborto, motivado pela legalização do mesmo na Argentina. Penso que se trata de um evento maior, desses de imensa magnitude e que faz questionar as referências hegemônicas. Sendo muito sintético e objetivo, vou direto ao ponto: a legalização do aborto, na Argentina, é uma vitória cultural e política. É uma vitória das mulheres sobre os abusos históricos incondescendentes que a política e a cultura fazem do corpo feminino. Dizendo de oura maneira: a legalização do aborto é uma vitória do corpo feminino sobre a política e sobre a cultura. Uma vitória do corpo feminino. Uma vitória que se faz possível quando o corpo se f