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Comentando as eleições 8: O laboratório Porto Alegre

Desempenho do PT nas urnas em Porto Alegre é o pior desde 1988. Apesar das entrevistas de Rui Falcão, o presidente da legenda, tentando contornar esse fato, é preciso levá-lo em conta e fazer uma análise objetiva do problema.
Os 76.548 votos de Adão Vilaverde (PT) na disputa representam o pior resultado de seu partido na capital gaúcha desde 1988. Com 9,64% dos votos, Vilaverde ficou atrás de Manuela D´Ávila (PCdoB), que teve 17,76% dos votos e, ambos, perderam para José Fortunati (PDT), eleito com 65,22% (517.969) dos votos.
O problema não é perder, é perder depois de ter governado a cidade por 16 anos, de 1988 a 2004. Ok, tem o desgaste natural da gestão, depois de tanto tempo. E também tem o fato de que PoA é um lugar particularmente politizado, com ampla disputa política.
No entanto, a votação média do PT, nas últimas sete eleições municipais foi de 331.578 votos. Ou seja, o quádruplo do desempenho de Vilaverde.
E há outro fato agravante: Em 2008 a candidatura petista, da hoje ministra Maria do Rosário, também foi derrotada – por José Fogaça (PMDB).
E há, por fim, o agrvante que mais agrava, porque é sintomático da continuidade do PDT em PoA tal como o é da descontinuidade petista: nesse ano Fogaça protagonizou a primeira reeleição na cidade – tendo... Fortunati como seu vice.
PoA é um laboratório a ser melhor escutado pelo PT. Muito a aprender por lá.

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