Pular para o conteúdo principal

Nota introdutória ao curso Imagem e sociedade

Carnet de idéias, de instrumentos, de planos de aula. Caberia lembrar-me, para poder continuar, que inventei metade deste curso de especialização (a parte imagem e sociedade) e tornei-me refém da outra metade (cinema) - a qual bem não eh minha area de concentracao de pesquisa. Não seria meu projeto, caberia igualmente lembrar-me, o de fazê-lo, mas não havendo outra pessoa disponivel, em meu departamento, nesse momento, para desenvolvê-lo e sendo evidente que se tratava de um projeto importante, aceitei repensa-lo, implementa-lo, coordena-lo. E aqui estamos, devendo eu recolher os fragmentos de um pensamento ainda em curso para transforma-los em ...curso. Ou melhor, em aulas. Provavelmente meus alunos estranharão o "modelo" que sera empregado, cabendo antes de tudo especificar que o objetivo destas aulas sera elaborar uma "compreensão" a respeito de um modo de pensar a imagem e "interpretar" que isto tem a haver com sociedade, com cinema e com Amazônia. Em outras palavras, elaborar uma critica da metafisica imag?tica ocidental - ocidental, pois é este o acima referido "modo de pensar a imagem". E isto dito caberia lembrar que a metade do curso que inventei procura introduzir sociologia - sociologia compreensiva - num curso que pensaria apenas em cinema. Passagem amplexa da noção de cinema para a de imagem. Mas, enfim, acabei agora ha pouco de preparar a primeira aula, a qual acontecera as 19 horas de hoje. Cinco folhas de plano de aula e um caderno com anotações. Alias, o que é um grande problema, porque levei dois meses para preparar a primeira aula - e ela resultou imperfeitamente num plano - e ainda não comecei a pensar na segunda aula, que acontece depois de amanhã. Bom, é isto uma alegoria. De fato na primeira aula esta o objeto central do curso, amplexo e problematico, cabendo à segunda e às demais aulas organiza-lo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...

Solicitei meu descredenciamento do Ppgcom

Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa.     Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...

O enfeudamento da UFPA

O processo eleitoral da UFPA apenas começou mas já conseguimos perceber como alguns vícios da vida política brasileira adentraram na academia. Um deles é uma derivação curiosa do velho estamentismo que, em outros níveis da vida nacional, produziu também o coronelismo: uma espécie de territorialização da Academia. Dizendo de outra maneira, um enfeudamento dos espaços. Por exemplo: “A faculdade ‘tal’ fechou com A!” “O núcleo ‘tal’ fechou com B!” “Nós, aqui, devemos seguir o professor ‘tal’, que está à frente das negociações…” Negociações… Feitas em nome dos interesses locais e em contraprestação dos interesses totais de algum candidato à reitoria. Há muito se sabe que há feudos acadêmicos na universidade pública e que aqui e ali há figuras rebarbativas empoleiradas em tronos sem magestade, dando ordens e se prestando a rituais de beija-mão. De vez em quando uma dessas figuras é deposta e o escândalo se faz. Mas não é disso que estou falando: falo menos do feudo e mais do enf...