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Resumo do Seminário 2: Áreas culturais

O segundo texto trabalhado no Seminário de ontem, denominado "Áreas culturais na modernidade tardia", de autoria de Ana Pizarro, está presente na mesma coletânea referida no post anterior (pp. 21-36). O texto foi apresentado pela Ercília Wanzeler, também bolsista do projeto Tribos Urbanas. Discutimos como a noção de "área cultural" tem se tornado imporante para os Estudos Culturais. Talvez tenha faltado complementar a discussão observando que a oção de "modernidade tardia", que vem sendo amplamente utilizada pelos pesquisadores de alguns programas de pós-graduação em letras no Brasil, notadamente os da UFMG, apresenta alguns problemas. A modernidade de Minas e do Rio de Janeiro é fundamentalmente tardia, mas o gênero de modernidade observável em outras regiões brasileiras - e me parece que belém é o exemplo mais notável - não é tardia. Isso é uma longa discussão, presente no meu trabaho de mestrado (que, aliás, será publicado em março próximo). Não vou aprofundá-la agora. Quanto à idéia de área cultural, notamos que, ela também, apresenta alguns problemas sensíveis, alguns previstos por Pizarro, quando refere uma "área cultural amazônica". Porém, mal previsto. Em nosso caso, precisamos trabalhar com uma perspectiva heterodoxa um tantomais radical, para compreender o que realmente se passa. Fica o tema para discussão.

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