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O sono dos secretários justos

A curiosa reação dos amigos tende, nas circunstâncias de deixarmos de ocupar um cargo como o de secretário de estado, a preocupar-se como nosso ânimo. Agradeço a todos, que foram inúmeros – e mesmo não sabia que eram tantos! - mas... ora, sejamos republicamos, nenhum cargo público nos espelha inteiramente e as moscas azuis que se estatelam contra os espelhos são, com efeito, umas criaturinhas sempre, e com excesso, ridículas. Ademais, o cargo de secretário de comunicação, vértice de todas as disputas e aposto de uma área da qual, como se sabe, todos muito entendem, ainda que não entendam nada, é um posto extremamente difícil.

Bom, meus amigos, o alívio é imenso. Tenho consciência de que fiz o melhor que pude e que estive sempre a postos, com franqueza, coragem, bom humor, honestidade e sobretudo fidelidade aos meus fornecedores, clientes, amigos, colegas de governo, de tendência e de partido. E posso dormir o sono dos secretários justos.

Comentários

Anônimo disse…
Professor, será que lhe fritaram no governo pelo fato de que você não quis "assumir" a cagada da SEDUC (leia-se kits escolares), que quiseram lhe imputar, mesmo sem você ter nenhuma participação na lambança?
Acho que você foi até longe demais (durou muito) num governo de gestores cujas experiências (da maioria) é de terem liderado greves, invadido prédios e brigado com a polícia! À eles falta experiência de gestão, competência e honestidade.
Pelo menos, você tem as duas últimas características positivas, faltando-lhe apenas experiência de gestão, que foi superada pela abertura a ouvir especialistas e capacidade de aprender e desenvolver habilidades.
Anônimo disse…
professor, tenho certeza de tudo isso. o senhor é um pessoa inteligentíssima. e pelo pouco que conheço, maravilhosa. está além.
Úrsula Ferro.
Anônimo disse…
Acho que o anônimo da 16h57 acertou na lata... Mas todo mundo cala...

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