Essa conjunção de elementos, na verdade, vem ocorrendo desde que deixei a Secom. Estou absorto entre livros e filmes, mas a fundo, mais a fundo, processando a experiência de dois anos no olho do furacão político. Tomado por uma profunda vontade de descansar, surgem, no entanto, os fantasmas dessa experiência. Um pouco do que venho escrevendo neste blog resulta disso, da ambigüidade entre ter tempo para gastar e, ao mesmo tempo, ir lendo à esmo, organizando livros, meu espaço de leitura, os arquivos do computador, ir escrevendo sobre coisas diversas e ir pensando no futuro. Percebo que a diferença entre esta etapa do blog e o que aqui botava há dois anos atrás consiste no advento de uma cristalização maior de meus interesses e, sobretudo, de minha disposição para dialogar e discutir temas que, embora estivessem no horizonte do meu trabalho, sempre ficaram a segundo plano.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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