Um último comentário sobre Koizumi. Sua postura política é centrista e moderada e muitos dos ideais que nortearam suas reformas foram gerados por uma variação do neo-liberalismo, precisamente aquela que desponta, em Londres, e na London School of Economics, como uma tentativa da racionalização do trabalhismo inglês. Koizumi vinha dessa formação e estava afeito às experiências do trabalhismo na sua fusão relativa com o neo-liberalismo. De maneira alguma Koizumi pode ser descrito como um político de esquerda e nem, tampouco, suas reformas o foram reformas de esquerda. Mas foram reformas civilizatórias. Ou seja, o tipo de reformas que precisa ser feita quando tem-se sociedades cuja dinâmica econômica ou social espelha o absurdo. Era o caso do Japão, do Brasil e muito particularmente do nosso Pará. Reformas civilizatórias. Somente uma reforma civilizatória pode responder ao problema máximo, absoluto e total que é o problema da distribuição de renda.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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