Não, há ainda um outro comentário a fazer sobre o trabalho de Koizumi. Diz respeito ao tema da privatização como aspecto das políticas neoliberais. Koizumi demonstrou o que nosso camarada José Raimundo Trindade, secretário de fazenda do governo Ana Júlia, teorizou numa oportunidade, meses atrás. Não é normal que eu concorde com o Zé, mas o fato é que ele tem tiradas interessantes e uma delas vai na direção da experiência de Koizumi. Disse Zé, e Koizumi demonstrou, que o verdadeiramente ruim não é a privatização dos serviços públicos, mas sim a patrimonialização dos mesmos. Ou seja, a transferência do serviço público a empresas privadas que, normalmente, possuiam uma relação com a estrutura de classe, com a estrutura política que estava ocupando o poder. Isso viu-se no Japão durante todos os anos 1990, quando a receita neo-liberal foi ali praticada e isso viu-se na experiência central e visceral do PSDB no Brasil e no Pará: a privatização servir de pretexto à patrimonialização do bem e do serviço público.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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