Pular para o conteúdo principal

Wiki government

Vivek Kundra é chefe do Escritório de Informações da administração Obama. Sua função é simplificar o conjunto das informações do governo. Todas as secretarias (ministérios) e departamentos, ou seja, a administração direta do governo, se reporta a ela, prestando contas detalhadamente sobre suas ações. Ela produz relatórios simplificados que abastecem diretamente três setores da Casa Branca: o Chefe de Comunicação, o Secretário de Imprensa e o Chefe de gabinete adjunto (equivalente a sub-chefia da Casa Civil). Cada um dá providências relativas a suas funções. O Chefe de Comunicação pensa em termos de marketing, de publicidade e produz um pensamento de fundo estratégico. O Secretário de Imprensa faz o dia-a-dia da comunicação de governo, funcionando também como porta-voz do Presidente. O sub-chefe da Casa Civil produz a leitura política dos relatórios de governo.

Outros profissionais seguem essa cadeia de produção da informação. Vinculado diretamente ao Chefe de comunicação está o sujeito responsável pelos discursos de Obama, um super-ghost-writer e, também, um sujeito que lê esses relatórios à luz das pesquisas de opinião realizadas. Vinculada a Vivek Kundra está Beth Noveck, responsável pelo projeto “Governo Aberto”. É uma tarefa a inventar, mas tem alto impacto na opinião pública americana. O cargo é novo e o projeto é novo. Ela está encarregada de elaborar um projeto, a ser implantado quando o governo Obama fizer seu primeiro aniversário, de gestão aberta. Isso é muito mais abrangente que portais de transparência, já comuns em governos de todo o planeta. Trata-se de colocar o Governo numa plataforma Wiki.

Noveck acabou de lançar um livro chamado Wiki Government. A Amazon books entrega por fedex. Wiki governo é um nome pomposo para democracia participativa. Ou melhor, para comunicação participativa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...

Solicitei meu descredenciamento do Ppgcom

Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa.     Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...

O enfeudamento da UFPA

O processo eleitoral da UFPA apenas começou mas já conseguimos perceber como alguns vícios da vida política brasileira adentraram na academia. Um deles é uma derivação curiosa do velho estamentismo que, em outros níveis da vida nacional, produziu também o coronelismo: uma espécie de territorialização da Academia. Dizendo de outra maneira, um enfeudamento dos espaços. Por exemplo: “A faculdade ‘tal’ fechou com A!” “O núcleo ‘tal’ fechou com B!” “Nós, aqui, devemos seguir o professor ‘tal’, que está à frente das negociações…” Negociações… Feitas em nome dos interesses locais e em contraprestação dos interesses totais de algum candidato à reitoria. Há muito se sabe que há feudos acadêmicos na universidade pública e que aqui e ali há figuras rebarbativas empoleiradas em tronos sem magestade, dando ordens e se prestando a rituais de beija-mão. De vez em quando uma dessas figuras é deposta e o escândalo se faz. Mas não é disso que estou falando: falo menos do feudo e mais do enf...